GUEDES, UM ELITISTA A SERVIÇO DO FASCISMO

Paulo Guedes, o banqueiro-ministro do governo Bolsonaro, já ofendeu os servidores públicos, chamando-os de “parasitas” e “assaltantes”. Mas, como se não bastasse odiar os servidores públicos, ele também é extremamente elitista, como todo neoliberal de Chicago. Na reunião de 22 de abril ele colocou-se contra o governo ajudar empresas “pequenininhas”. Ajuda, só para os bancos e grandes empresas.

E agora, o elitista Paulo Guedes acaba de querer justificar, em sua reforma tributária, o fim da isenção fiscal para livros. Sim, o governo Bolsonaro, que libera armas e quer isentar templos religiosos de impostos, quer taxar livros, o que os tornará, evidentemente, mais caros e dificultará o acesso da população a um produto que é sim essencial, ao contrário de qualquer sessão de curandeirismo de picaretas televisivos e exploradores da fé.

No Congresso, ao ser questionado pelo deputado Marcelo Freixo sobre o fim da isenção fiscal para os livros, disse Guedes:

“Os pobres estão preocupados em sobreviver e não frequentam livrarias como nós.”

A declaração repugnante de Paulo Guedes reflete claramente a segregação que sempre defendeu: os pobres não querem saber de cultura, de leitura, de acesso ao conhecimento. Para ele, são apenas seres biológicos que preocupam-se com a sobrevivência e que trabalham apenas para isso. Para Guedes, pobre não lê. Então, que os livros venham a ser taxados e tenham seus preços elevados.

Mas, ao contrário do que disse Paulo Guedes, pobre frequenta sim livraria. Pobre lê. Pobre também é consumidor de cultura. Pobres também são talentos que produzem cultura, infelizmente desprezada pelo governo de um Presidente inculto e avesso à cultura. O que ocorre, porém, é que muitos pobres quando vão a uma livraria, não passam do namoro com a vitrine ou de uma rápida leitura de algum exemplar disponível na prateleira. Isso porque, apesar da isenção com a qual Guedes quer acabar, o desemprego e os baixos salários, por exemplo, afastam os mais pobres do consumo de livros. Há um detalhe, porém que não deve ser esquecido: o acesso à leitura, ao conhecimento, aos diferentes saberes e à cultura de um modo geral também é um fator de ascensão social. Claro que Guedes não quer isso para os pobres. E qual a “solução” encaminhada por Gudes?

Guedes, em sua audiência no Congresso, sugeriu que o governo comprasse livros e os doasse para quem não pode comprar. Já pensaram em livros doados pelo governo Bolsonaro? Claro que teriam que escapar do “index” do próprio Bolsonaro e também da pastora Damares. Imaginem livros doados pelo governo Bolsonaro! Certamente, entre as doações, estaria o livro do torturador Ustra. Ou as obras completas do astrólogo Olavo de Carvalho. Poderiam também ser os livros do Silas Malafaia. Ou a biografia do Edir Macedo. Talvez uma autobiografia político-sentimental da Regina Duarte.

Guedes, o representante dos banqueiros no governo Bolsonaro, vai mostrando a cara de um governo que extermina vidas na gestão temerária da pandemia e extermina sonhos na gestão elitista da economia.

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