
Wilson Witzel, o “xerifão” eleito na onda bolsonarista e que ia “dar tiro na cabecinha”, está com a cabeça a prêmio. Investigado na Polícia Federal, enrolado no escândalo da Saúde e sofrendo um processo de impeachment, o governador do Rio de Janeiro acaba de acrescentar em seu currículo mais um ingrediente: ele foi apontado como o pior governador em uma pesquisa que avalia a atuação dos governadores na gestão da crise da pandemia. A pesquisa em questão foi realizada pela Revista Forum, em parceria com a Offerwise e constava da seguinte pergunta aos entrevistados: Como você avalia a gestão do governador do seu estado na gestão da pandemia do coronavírus?
Aos entrevistados eram apresentadas quatro alternativas: Ótimo-Bom, Regular, Ruim-Péssimo, Não Sabe. De todos os governadores, Witzel foi o que teve a pior avaliação, com 59,2% dos entrevistados considerando a gestão de Witzel no combate à pandemia como ruim ou péssima. Apenas 7,7% consideraram a gestão ótima ou boa. A pesquisa, que vem sendo feita pela Revista Forum desde abril, mostra uma queda vertiginosa da aprovação de Witzel, que chegou a ser de 46,4% em abril. Os números desfavoráveis a Witzel começaram, como mostra o histórico das pesquisas, a subir em maio, quando o governador foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Acrescente-se a isso que a Secretaria de Saúde virou um antro de ladrões e assassinos, visto que os roubos milionários de agentes públicos e empresários levaram à morte milhares de pessoas. Um verdadeiro latrocínio. Dinheiro desviado, esquema com “laranjas”, compra de respiradores que não eram entregues, mas que foram pagos, secretário e sub-secretário de Saúde presos. Mário Peixoto (sempre ele), o empresário-bandido ligado a Sérgio Cabral, é uma das “cerejas” do bolo em que Witzel se meteu. Agora, aguarda-se a delação de Edmar Santos, o secretário de Saúde preso que disse ter provas contra o governador. Não foi à toa que Fernando Ferry, ao demitir-se de secretário de Saúde pouco mais de um mês após assumir o cargo no lugar de Edmar Santos, disse que “o poço era mais fundo do que ele pensava” e que “não queria manchar o seu CPF.”
O resultado da pesquisa, evidentemente, não podia ser outro. Mas, ainda assim, fica a pergunta: em que estado, em que país, em que mundo ou em que galáxia vivem os quase 8% que, de acordo com a pesquisa, consideram a gestão de Witzel no combate à pandemia como ótima ou boa?