Acabou a fritura. Mandetta não é mais o ministro da Saúde. Ele acaba de levar o “tchau” de Bolsonaro. Claro que jamais morremos de amores pelo Mandetta. Mandetta é de direita, filiado ao DEM e em 2016, quando deputado federal, apoiou o golpe contra a então Presidente Dilma. Ele deu “tchau” para a Dilma e agora, quatro anos depois, acaba de receber um “tchau” do Bozo. Coisas da vida. Vida que segue.

O fato de fazermos todas as restrições políticas ao Mandetta não significa que não apoiássemos suas medidas acertadas no combate à pandemia. Aliás, apoiar as medidas de Mandetta era apoiar a ciência, os cientistas, a medicina e os médicos. Nunca suas posições políticas. Mas Mandetta cresceu demais. E é inegável que, ideologias à parte, ele até uniu direita e esquerda. A confiança da população no Mandetta subiu, enquanto a do Bozo caiu. Porém, diante de uma crise pandêmica que o Brasil não vivia há 103 anos, qualquer ministro da Saúde teria a obrigação de crescer. E crescer significava ser protagonista, ainda que defendendo medidas que priorizassem a saúde à economia. O “problema” é que lá na frente viria a fatura da economia e isso atrapalharia em muito o projeto político do Bozo.

O que fará o novo ministro? Porque a grande maioria da população, dos governadores e dos prefeitos apoiaram as medidas do Mandetta. E é sabido que o Congresso e o STF estão modulando o governo Bozo. E os militares do Planalto, tutelando. Pode ser até que o novo ministro mantenha as medidas do Mandetta, desde que não seja o protagonista das cenas, como foi o Mandetta. O protagonismo do Mandetta foi o que mais deixou o Bozo ainda mais transtornado do que ele já é. O que não pode, no entanto, perder o protagonismo é a saúde pública, a vida dos brasileiros. E que o novo ministro não se esqueça que está a serviço do Estado, da saúde pública, do bem-estar dos brasileiros e não a serviço de projetos paranóicos e conspiradores da ciência para beneficiar um energúmeno que hoje, desgraçadamente, ocupa a Presidência da República.