O DOSSIÊ DO MARRECO

Sérgio Moro, que foi usado e cuspido pelo governo fascista de Jair Bolsonaro, irá depor hoje na Polícia Federal em Curitiba. Ao deixar o governo em que foi constantemente humilhado e desautorizado pelo seu chefe miliciano, Moro fez graves acusações contra Bolsonaro, sendo que a que mais teve repercussão foi a da intenção de Bolsonaro em interferir politicamente na Polícia Federal, ao demitir o diretor Maurício Valeixo, que era da confiança de Moro, e querer nomear Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro. Tudo para Bolsonaro aliviar seus filhos e aliados de investigações das quais são alvos na Polícia Federal.

Se o que Moro diz ter em mãos for realmente verdadeiro, vem chumbo grosso para cima do Bolsonaro. No duelo entre os fascistas, já se vê pelas redes sociais as brigas e xingamentos entre “bolsominions” e “morominions”. E o depoimento de hoje poderá acirrar ainda mais essa guerra da extrema-direita. Isso porque Moro, de acordo com o que foi publicado na coluna do jornalista Guilherme Amado, da revista Época, teria preparado um verdadeiro dossiê contendo áudios, mensagens de texto, links e imagens trocados com Bolsonaro durante todo o tempo em que esteve como ministro da Justiça. Tudo para provar a interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal e, certamente, outras coisas mais.

O dossiê do marreco pode trazer sérias consequências para Bolsonaro. Moro não é mais juiz, nem ministro de Estado e o sonho de ir para o STF também foi frustrado. Mas já desponta como candidato da direita. As Organizações Globo já vêm fazendo de suas matérias um palanque político de Moro. E o site ultra-direitista O Antagonista praticamente já lançou-o candidato para 2022. Isso sem contar os convites de diversos partidos de direita que Moro vem recebendo. Para quem sempre afirmou que “jamais seria político”…

Ironicamente, o palco do depoimento de Moro é a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula esteve preso, por decisão parcial e ilegal de Moro, em comprovado conluio com procuradores, o que acabaria tirando o petista da disputa que todas as pesquisas indicavam que venceria, e dando a vitória a Bolsonaro. Hoje, nesse mesmo palco, Moro poderá dar início a uma saraivada de denúncias contra seu ex-aliado miliciano, do qual nem moleque de recados ele conseguiu ser. Aguardemos, então, o dossiê do marreco.

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