A PROVA ESCRITA DO GOLPE QUE NÃO ACONTECEU

Agora está provado, documentalmente e por escrito, que Bolsonaro queria dar o golpe de Estado, anulando o resultado da eleição e continuando no cargo na base de um tapetão violento e atentatório à Constituição e ao Estado Democrático de Direito. A minuta do decreto encontrado na casa de Anderson Torres não deixa qualquer dúvida. Basta ler o documento golpista, que teria a assinatura do próprio Bolsonaro.

O documento é absurdo e inadmissível sob todos os aspectos. O sujeito pretendia decretar o Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (leia-se: intervenção na Justiça Eleitoral). Seria criada uma “Comissão de Regularidade Eleitoral” que apresentaria um relatório final sobre as eleições, evidentemente dizendo que a a eleição foi fraudada e que Bolsonaro teria sido o vencedor. A tal “Comissão de Regularidade Eleitoral” assumiria as funções de dizer o que teria sido válido ou não na eleição.

O decreto é golpista e absurdo, até porque não existe Estado de Defesa em uma instituição ou órgão governamental. O Estado de Defesa só pode ser decretado em uma área territorial (município, estado ou país). O tal decreto que não chegou a vigorar é golpista, ilegal e criminoso. Golpe de estado já é crime tipificado no Código Penal e Bolsonaro coloca todas as suas digitais em mais um crime, desta vez com o seu comparsa Anderson Torres e, certamente, outros.

Anderson Torres já estava com a prisão decretada quando o documento, que é a prova escrita da tentativa de golpe, foi encontrado e divulgado. Em breve o golpista será preso pela Polícia Federal, mas evidentemente ele não está sozinho. A maior parte dos integrantes da tal “Comissão de Regularidade Eleitoral” seria formada, predominantemente, por pessoas indicadas por Bolsonaro, especialmente oriundos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que, no governo Bolsonaro, se transformou em um antro de milicos fascistas e golpistas, a começar pelo seu ministro, o general Heleno, um golpista histórico e seguidor da cartilha do nada saudoso Silvio Frota.

Agora resta ouvir o que o golpista Anderson Torres tem a dizer. Quanto à participação de Bolsonaro, não resta dúvida, até porque ele iria decretar o golpe e assinar o documento. Muitos criminosos que tentaram o golpe e atentaram contra a democracia deverão aparecer. É impossível que o GSI não soubesse. É impossível que o PGR não soubesse. É impossível que parlamentares fascistas aliados do Bolsonaro, que certamente integrariam a tal comissão golpista, também não soubessem.

Mesmo que o golpe não tenha se consumado, todos cometeram crime previsto no Código Penal. Homicídio é crime (e tentativa de homicídio também é); assalto é crime (e tentativa de assalto também é); do mesmo modo, golpe de Estado é crime (e tentativa de golpe de Estado também é). A prova escrita do crime aí está. Resta processar e prender os fascistas golpistas, a começar por Anderson Torres e Jair Bolsonaro.

DA TAPIOCA A BOLSONARO, O “UP GRADE” DO CARTÃO CORPORATIVO

Imagem acima: o pequeno restaurante Sabor de Casa, em Roraima. Um restaurante simples, que vendia quentinhas com preços entre 17 e 23 reais e onde Bolsonaro, de uma só vez, gastou mais de 109 mil reais no cartão corporativo.

O ano era 2007. O então ministro do Esporte, Orlando Silva, usou o seu cartão corporativo para comprar uma tapioca. O valor gasto na compra foi de R$ 8,30. É bom escrever por extenso para que não pairem dúvidas: OITO REAIS E TRINTA CENTAVOS foi o valor gasto pelo então ministro de Lula no cartão. Lembro-me que Orlando Silva foi execrado e atacado por todos aqueles que hoje vestem o abadá de fascista amarelo, querem dar golpe e que, quando Bolsonaro assumiu diziam que “a mamata acabou”. A mamata acabou com Bolsonaro?

A abertura do sigilo dos gastos de Bolsonaro com o cartão corporativo prova que Bolsonaro não estuprou apenas a saúde, a educação, o meio ambiente, a diplomacia, as artes, os direitos trabalhistas. Bolsonaro estuprou também o cartão corporativo. “Esse merece ser estuprado”, deve ter pensado Bolsonaro. Os gastos são nababescos, assustadores, revoltantes e mostram por eles mesmos porque Bolsonaro queria que só vissem 100 anos depois a farra que ele fez. Mas como o Mané perdeu a eleição, agora ficamos sabendo que:

  1. Bolsonaro gastou, nos 4 anos de seu desgoverno com o cartão corporativo a “bagatela” de R$ 27 milhões e 600 mil reais, o que daria para comprar 3.325.301 tapiocas que o Orlando Silva comprou;
  2. No dia 26 de maio de 2019, Bolsonaro gastou em uma padaria no Rio de Janeiro, 55 mil reais. Convertendo em tapiocas, Bolsonaro comprou, em um mesmo dia, 6.626 tapiocas que o Orlando Silva comprou;
  3. Em um mercadinho chamado “La Palma”, que fica em Brasília, Bolsonaro comprou comidas e bebidas importadas no valor total de 678 mil e 900 reais, ou seja, Bolsonaro comprou, de uma só tacada, 81.795 tapiocas;
  4. Em um mesmo dia, Bolsonaro gastou 109.266 reais em um pequeno restaurante em Boa Vista, Roraima. O restaurante vende marmitas com preços que variam entre 17 e 23 reais. Ou seja, tomando-se por base o preço mais alto, Bolsonaro comprou 4.739 marmitas num mesmo dia, o que equivale a 13.164 tapiocas;
  5. Os gastos incluem 6.495,60 em sorvetes, ou seja, 782 tapiocas.
  6. Só para não nos alongarmos, pois a lista completa foi divulgada, até o “velho da Havan” foi contemplado. Há registro de compras com o cartão corporativo na Loja Havan, de seu apoiador fantasiado de papagaio.

Abaixo, reproduzimos a lista completa dos gastos do governo Bolsonaro com o cartão corporativo. Que “up grade”! E haja tapioca!

Veja os gastos do cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro

Alimentação: R$ 10.295.371,75
Serviços de apoio administrativo, técnico e operacional: R$ 15.38.464
Hospedagem: R$ 13.669.149
Locações de bens móveis: R$ 699.775
Posto de combustível: R$ 668.824,60
Produto de limpeza: R$ 207.975,20
Locação de imóveis: R$ 69.097,25
Locação de máquinas e equipamentos: R$ 64.058,50
Material de copa e cozinha: R$ 50.394,26
Material de acondicionamento e embalagem: R$ 49.008,87
Combustíveis e lubrificantes para outras finalidades: R$ 45.423,85
Farmácia: R$ 42.250,51
Despesas com excesso de bagagem: R$ 31.440
Material de cama, mesa e banho: R$ 17.822,94
Serviços de telecomunicações: R$ 13.082,60
Material para festividades: R$ 12.944,81
Exposições, congressos e conferências: R$ 11.226,58
Material de proteção e segurança: R$ 9.484,98
Manutenção de veículos: R$ 8.910,19
Festividades e homenagens: R$ 8.800,50
Navios e embarcações: R$ 7.819,46
Telefonia: R$ 7.592
Reforma e construção: R$ 5.722,95
Comunicação de dados e redes: R$ 5.469
Serviços gráficos: R$ 5.450,49
Passagens e despesas com locomoção: R$ 4.610
Material de expediente: R$ 3.968,71
Material hospitalar: R$ 3.570,08
Locação de meios de transportes: R$ 31.523
Material elétrico e eletrônico: R$ 3.072,23
Móveis e decoração: R$ 3.052,40
Gás engarrafado: 2.526,30
Uniformes, tecidos e aviamentos: R$ 2.477,30
Taxas: R$ 2.126,04
Material de processamento de dados: R$ 2.117,30
Pet shop: R$ 1.809,94
Material químico: R$ 1.799,65
Pedágio: R$ 1.586,39
Assinaturas: R$ 1.475,60
Material esportivo: R$ 1.286,48
Mecânico: R$ 1.260
Ferramentas: R$ 1.055,48
Material para áudio, vídeo e foto: R$ 952
Frete e transportes de encomendas: R$ 880
Material para comunicações: R$ 800
Serviços domésticos: R$ 709,46
Material de sinalização: R$ 686,70
Serviços de comunicações: R$ 679,95
Limpeza e conservação: R$ 660
Confecção de bandeiras: R$ 480
Estacionamento: R$ 414
Materiais e medicamentos para uso veterinário: R$ 201,80
Material de caça e pesca: R$ 176,50
Banca de jornal e livraria: R$ 111
Material laboratorial: R$ 29,98

A DEMOCRACIA DERROTOU O GOLPE

A tentativa de golpe por parte dos bandidos a serviço de Bolsonaro no último domingo acabou sendo um tiro no pé dos próprios golpistas e do líder fujão Bolsonaro. A reunião convocada pelo presidente Lula teve a adesão dos 27 governadores, dos presidentes da Câmara e do Senado, da presidente e membros do STF, de prefeitos, parlamentares e até do engavetador bolsonarista Augusto Aras. Todos, independentemente de partido ou posição ideológica, repeliram o golpe, reafirmaram a democracia e isolaram ainda mais o fascismo bolsonarista.

A tentativa de golpe, além de fracassada, acabou dando mais uma oportunidade de o presidente Lula apresentar o grande arco que une os poderes da República e a sociedade como um todo em reconhecimento à legalidade e legitimidade de sua eleição e de seu governo. Enfim, a tentativa de golpe acabou fortalecendo a democracia e isolando ainda mais os bandidos bolsonaristas.

Em menos de uma semana, os fascistas deram a Lula a oportunidade de exibir ao mundo dois atos carregados de simbolismo. Primeiro foi na posse, quando o fascista fujão se recusou a passar a faixa ao presidente eleito. Ao não participar da solenidade, Bolsonaro permitiu que Lula protagonizasse a mais bela subida de rampa da história, com representantes da sociedade. Agora, ao fomentar o golpe que não aconteceu, Bolsonaro deu a Lula mais uma grande oportunidade de exibir ao mundo que todos os poderes da República estão com a democracia e repelem o golpe fascista. A descida da rampa do Planalto de Lula com presidentes dos poderes e governadores das 27 unidades da Federação foi outro recado a Bolsonaro e seus comparsas golpistas: a democracia venceu!

BANDIDOS BOLSONARISTAS MOSTRAM A CARA!

Acima: bandidos já identificados por participarem da invasão terrorista em Brasília no último domingo.

Os bandidos golpistas que tocaram o terror em Brasília no último domingo, dia 8 de janeiro, não são apenas golpistas, bandidos, terroristas e vândalos. São também imbecis. Eles fizeram várias fotos e selfies da invasão criminosa aos três poderes e postaram nas redes sociais. Assim, produziram provas contra eles próprios, o que tornou fácil a identificação desses vermes a serviço do fascismo bolsonarista.

Nessa laia criminosa, que se apresenta como “patriotas”, tem de tudo: pastor, general, servidor público, coronel, médico, mecânico, advogado, aposentado e tudo mais o que se possa imaginar. Mas todos eles têm em comum o fato de serem bandidos terroristas. As fotos dos meliantes estão sendo divulgadas hoje em sites e jornais impressos. Alguns já são figuras bem conhecidas do fascismo, como o sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio. Acima temos as caras, nomes e supostas ocupações desses bandidos que atentaram contra a ordem democrática, depredaram nosso patrimônio histórico e cultural e tentaram, sem sucesso, dar um golpe de Estado. Esses bandidos, já devidamente identificados, deverão ser presos e irão responder dentro dos rigores da lei.

Ontem, 1500 terroristas foram presos. Os bandidos não tiveram qualquer constrangimento em se deixar fotografar, filmar e publicar o flagrante de seus crimes nas redes sociais. Os bandidos mostraram as suas caras sem-vergonha! Mas é necessário identificar os bandidos que não mostraram as caras, ou seja, os organizadores, incentivadores e financiadores da barbárie fascista. Aos poucos, os bandidos que não mostraram as caras também serão identificados e presos. E a vez do líder fascista fujão irá chegar!

Não teve golpe! Não vai ter golpe! A democracia venceu e os bandidos fascistas pagarão caro.

SEM ANISTIA PARA OS BANDIDOS BOLSONARISTAS! CADEIA PARA OS TERRORISTAS!

A democracia brasileira sofreu, na tarde de ontem, uma das maiores agressões de sua história, quando uma horda de bandidos bolsonaristas invadiu e depredou as sedes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Os terroristas, que têm Bolsonaro como líder, destruíram tudo o que viarm pela frente, como o mobiliário, vidros, portas e até os símbolos sagrados da República. Foi uma tentativa clara de golpe de Estado, tão incentivada pelo líder fascista Jair Bolsonaro.

Os participantes dos atos terroristas a serviço do bolsonarismo devem ser presos e punidos dentro de todos os rigores da lei. Mas também os seus financiadores (certamente empresários e políticos fascistas) também devem pagar na forma da lei. Está claro que Bolsonaro tem as 10 digitais nos atentados terroristas de ontem, por todo o estímulo que sempre deu a um golpe de Estado. Também está claro que a polícia do Distrito Federal não foi apenas omissa, mas deu todas as condições para que os bandidos fascistas invadissem os três poderes. O governador do distrito Federal, Ibaneis Rocha, também é culpado, pela inação de sua polícia em face ao ataque dos fascistas.

O Distrito Federal encontra-se sob intervenção federal, decretada pelo Presidente Lula, e seu governador, que foi leniente aos ataques dos bandidos, acaba de ser afastado do cargo pelo STF. A democracia venceu mais uma vez e os bandidos serão punidos da forma mais rigorosa possível pelos atentado contra a democracia. Sem anistia para os terroristas bolsonaristas. Cadeia para todos os bandidos, inclusive os organizadores, financiadores e estimuladores da barbárie ocorrida ontem em Brasília.

VIVA PAULO FREIRE! O MEC FOI RESGATADO!

Imagem acima: O ministro da Educação, Camilo Santana, recebe o broche entregue pela líderes estudantis Bruna Brelaz e Jade Beatriz.

Este post é uma homenagem à memória de Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira e o terror de Jair Bolsonaro.

“Ninguém liberta ninguém. Ninguém se liberta sozinho. Os homens se libertam em comunhão.” (Frase de Paulo Freire, citada pelo Ministro da Educação Camilo Santana, em seu discurso ao assumir o MEC).

Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira, um dos autores brasileiros mais lidos no mundo e referência internacional em Educação foi, por 4 anos, demonizado e detratado por Bolsonaro e seus ministros da “Educação”, que usaram a pasta para promover uma guerra cultural contra as universidades públicas, contra os professores, contra o ENEM e contra a educação inclusiva. Era projeto mesmo: destruir as universidades públicas, cortando-lhes verbas; perseguir professores; tirar verba pública do FUNDEB para dar às escolas particulares; militarizar as escolas; incentivar perseguição aos professores com o Escola Sem Partido. E, para culminar, os fascistas transformaram o MEC em um antro de corrupção perpetrada por pastores a serviço de Bolsonaro. Enfim, destruíram tudo o que puderam e a Educação brasileira foi entregue em estado agonizante.

Mas ontem, ao assumir essa terra arrasada, o ministro da Educação Camilo Santana citou Paulo Freire. E, seguindo a lição de nosso Patrono, teremos que nos libertar em comunhão para reconstruir a destruição criminosa da Educação promovida pelo bolsonarismo. O evento de posse teve, a exemplo da posse de Lula, outro grande simbolismo: o broche de ministro foi entregue a Camilo Santana por duas líderes estudantis: Bruna Brelaz e Jade Beatriz. A destruição deixada pelo fascismo é assombrosa: Segundo o ministro, 650 mil crianças de até 5 anos de idade abandonaram a escola nos últimos três anos e o analfabetismo cresceu 66% entre crianças de 6 e 7 anos no mesmo período.

Alfabetização, retomada de obras de creches e escolas que foram paralisadas e a educação integral foram prioridades anunciadas pelo novo ministro. Mas Camilo Santana também se comprometeu com as universidades públicas, que foram alvos de ataques constantes durante o governo Bolsonaro, que cortou sistematicamente verbas de seus orçamentos. A guerra contra as universidades públicas foi “oficialmente” declarada na gestão criminosa de Abraham Weintraub. Camilo Santana se comprometeu, também, a reforçar as verbas para pesquisa científica e tecnologia.

Muito trabalho há pela frente, mas há luz no fim do túnel obscurantista deixado pelo criminoso governo fascista. A comunhão, como nos ensinava Paulo Freire, já foi convocada ontem pelo novo ministro, quando falou que buscará parcerias com as secretarias estaduais e municipais de educação. O MEC, afinal, foi resgatado, ainda com vida, para cumprir o seu verdadeiro papel: uma educação democrática, pública, de qualidade, inclusiva e libertadora. Viva Paulo Freire!

NEW YORK TIMES DESTACA LULA E CHAMA BOZO DE “FRACASSADO”

“Fracassado”, “perdedor ausente”. Esse foi o tratamento a dado a Bolsonaro por um dos principais jornais do mundo, o The New York Times, em sua edição de ontem. A primeira página do jornal nova-iorquino traz como destaque a posse de Lula e a imagem mais icônica do evento, que se espalhou pelo mundo: Lula, já empossado, subindo a rampa do Planalto com representantes do povo. A fuga de Jair Bolsonaro para os EUA também foi destaque, com o jornal falando sobre a fuga do “perdedor ausente”:

“Bolsonaro deveria entregar a Lula a faixa presidencial no domingo, um importante símbolo da transição pacífica de poder. Em vez disso, Bolsonaro acordou no domingo a milhares de quilômetros de distância, em uma casa alugada de propriedade de um lutador profissional de artes marciais.”

A matéria é destaque da primeira página, tanto em texto como em imagem, e menciona a volta de Lula à Presidência como um “impressionante retorno político”. Enquanto isso, o “loser” (perdedor, fracassado) estava ausente.

Mas a ausência do perdedor fujão não fez nenhuma falta. Ao contrário, abrilhantou ainda mais aquela que foi uma das maiores festas da democracia da nossa história, onde um verdadeiro líder, diante da maior adversidade de sua vida, enfrentou as leis e a Justiça de seu país, enfrentou um juiz parcial em conluio com um promotor parcial, cumpriu uma prisão injusta e voltou ao Planalto nos braços do povo.

Bem diferente do líder fascista, que, como um rato covarde que é, fugiu de seu próprio país, abandonando seu próprio governo, temendo os inquéritos que terá que responder. É esse o “machão”, “imbrochável”, “valentão”, “mito”, “patriota que foge”?

A vitória de Lula e da democracia brasileira foram propagadas pelo mundo, junto com a vergonha do fujão que abandonou seu país, seu governo e deixou seus lunáticos, fanáticos e visionários “patriotários” pegando sol e chuva no lombo por dois meses, usando banheiros químicos para, no final, ainda dar ao general Mourão a oportunidade de, nas últimas horas de seu governo, avisar aos babacas amarelados que não ia ter golpe. Eles merecem! Eles também são fracassados, porque a democracia venceu!

UM PROFESSOR SUBIU A RAMPA

Imagem acima: representantes do povo com Lula. À direita, de terno preto, o professor Murilo Jesus, que subiu a rampa com Lula, representando uma das categorias mais perseguidas por Bolsonaro e seus comparsas durante 4 anos.

A escolha dos oito representantes da sociedade brasileira que subiram a rampa do Palácio do Planalto com Lula não foi, evidentemente, por acaso. Todos representavam, naquele momento simbólico, algumas das maiores vítimas das perseguições, violências e agressões cometidas ao longo de quatro anos de desgraça bolsonarista: índios, negros, mulheres, sindicalistas, professores. Sim, os professores e a educação como um todo, em todos os níveis, foram alvos da destruição perpetrada por Bolsonaro.

Ao longo de seus quatro anos no poder, os ministros da Educação de Bolsonaro atacaram sistematicamente as universidades, as escolas e os professores. Professores foram tratados como “doutrinadores de esquerda”, “maconheiros” e, no caso dos professores do ensino público, eles foram até chamados de “parasitas” pelo ministro-banqueiro de Bolsonaro. A todo momento, Bolsonaro e seus cães de guarda, tentaram intimidar professores com o projeto fascista chamado “Escola Sem Partido”, que tenta calar a voz crítica dos mestres na escola. Foram inúmeros os casos de invasões de escolas por fascistas bolsonaristas e, em um dos casos mais rumorosos e lamentáveis, até o condenado-anistiado Daniel Silveira, chegou a invadir o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, para promover agressões aos professores. Mas os professores também foram atacados por Bolsonaro quando este não quis renovar o Fundeb, de onde sai grande parte do salário dos professores. E, quando o Fundeb foi renovado pelo Congresso, o governo Bolsonaro ainda tentou surrupiar verbas do Fundo para escolas particulares. Criminoso!

Bolsonaro demonizou Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira e orgulho dos professores, e exaltou Carlos Alberto Ustra, um torturador sanguinário. Criminoso!

Como se não bastasse, Bolsonaro vetou o projeto que assegurava internet para alunos e professores da escola pública. Seu compromisso nunca foi com o ensino público. Criminoso!

Escolas e universidades foram sucateadas, o MEC se transformou em um antro de corrupção promovida por pastores bolsonaristas que cobravam propina em dinheiro, barras de ouro e Bíblias, conforme foi comprovado em vídeo. Foi outra porrada nos professores, enquanto cortava tudo para a educação. Em sua perseguição às universidades, cortou verbas que comprometeram até o pagamento das contas básicas das instituições, como água e luz. Criminoso!

Ontem, o professor de Língua Portuguesa Murilo Jesus subiu a rampa com Lula, representando a sociedade brasileira. Sim, um professor subiu a rampa, o que mostra o compromisso do governo Lula com a categoria. A subida da rampa tendo um professor como representante da sociedade mostra a prioridade do governo Lula com a Educação. Representa, por um lado, a esperança por parte de uma categoria tão massacrada e odiada por Bolsonaro. Mas significa também uma advertência para alguns poucos professores, que deveriam tomar vergonha na cara e parar de apoiar o fascismo, que tanto odeia e massacra a categoria.

O POVO SUBIU A RAMPA E PASSOU A FAIXA

Imagem acima: Lula sobe a rampa com representantes da sociedade brasileira: pluralismo e resistência.

Imagem acima: a catadora Aline Souza coloca a faixa presidencial em Lula.

A ausência covarde do jumento fascista à solenidade de posse do Lula acabou sendo um tiro no próprio pé. Bolsonaro acabou fazendo com que o ponto alto, de maior simbolismo da posse, fosse um ato que não seria mais do que corriqueiro e protocolar – mas, ainda assim, um rito democrático, coisa que Bolsonaro sempre depreciou. Ao fugir de seu próprio país e se recusar a passar a faixa, o fascista acabou dando a oportunidade de a posse ser ainda mais abrilhantada e, sem qualquer dúvida, a subida da rampa e a colocação da faixa por uma mulher negra foi o auge da festa. Lula já era oficialmente presidente, pois já havia assinado o termo de posse. Mas, ainda assim a pergunta que mais se mais se fazia e sobre a qual mais se especulava era: quem vai passar a faixa ao Lula?

Com a recusa covarde de Bolsonaro, o povo entregou a faixa a Lula. Foram oito representantes da sociedade brasileira e, não por coincidência, daqueles que, ao longo de quatro anos de destruição bolsonarista, foram os mais atacados e perseguidos pelo capitão fujão: índios, negros, mulheres, catadores, sindicalistas, portadores de necessidades especiais, crianças da periferia, professores. Eles representavam o pluralismo e a inclusão. A faixa correu como a tocha olímpica, de mão em mão, até chegar à mulher, negra e catadora, Aline Souza, que colocou a faixa em Lula. Não podia ser mais representativo. Não podia ser mais simbólico. Resistência, a cadela-mascote que esteve na vigília por Lula, quando preso por decisão ilegal de um juiz declarado parcial, também se fez presente. Não podia ter sido melhor. Não podia ter sido mais emocionante. Foi a antítese do bolsonarismo fascista, que tanto perseguiu os representados durante quatro anos de destruição.

Assim, a ausência de Bolsonaro só abrilhantou a posse. Primeiro, porque sua presença peçonhenta só contaminaria o ambiente democrático da ocasião. Segundo, porque a pluralidade e a resistência do povo brasileiro subiram a rampa. E, como culminância, uma mulher negra entregou a faixa. Ontem o Brasil democrático sorriu, mesmo com o ranger dos dentes dos golpistas imundos do fascismo.

O OLARIA E O MUNDO CHORAM A MORTE DE PELÉ

Imagem acima: o time do Santos em 1964 no Maracanã, antes da partida contra o Fluminense, com cada jogador do Santos (exceção do goleiro Gilmar) vestindo a camisa de um time carioca e Pelé com a camisa do OLARIA.

Morreu hoje, 29 de dezembro, aos 82 anos, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o Rei do Futebol. Não existe, e não existirá alguém que, como Pelé, personifique o que é o futebol. Armando Nogueira já dizia que se Pelé não tivesse nascido gente, teria nascido uma bola. Ponto. Mas, nesse dia triste, muitos terão os mais variados motivos para celebrar o Rei que se foi e que, contrariando a monarquia, jamais terá herdeiros em sua realeza.

Poderíamos falar dos 1282 gols que ele marcou; poderíamos falar de ter sido o artilheiro do Brasil na Copa de 1958, com apenas 17 anos de idade; poderíamos falar que ele ganhou três Copas do Mundo, dois Mundiais de Clubes e duas Liberadores; poderíamos falar da Guerra de Biafra, na Nigéria, que ele parou em 1969, dentre outras coisas. Certamente estão, nesse momento, falando sobre tudo isso pelos arredores desse nosso pequeníssimo planeta.

Mas queremos nesse momento, em primeiro lugar, agradecer a tudo o que Pelé fez pelo futebol. Pelas alegrias que nos deu como o maior jogador do mundo, em que ele conseguia acumular o espetáculo pessoal com as grandes vitórias, fossem do Santos ou da seleção brasileira. E também externar, nesse momento, a alegria e o orgulho de Pelé ter vestido a camisa do Olaria. Sim, foi em 1964, em um jogo no Maracanã do Santos contra o Fluminense pelo Torneio Rio-São Paulo. O Santos, então bicampeão mundial de clubes, havia disputado as finais no Maracanã, em 1962 contra o Benfica e em 1963 contra o Milan. No jogo contra o Fluminense em 1964, a equipe do Santos, agradecida aos torcedores cariocas que apoiaram o time da Vila Belmiro nas duas finais, entrou em campo com cada jogador do Santos vestindo a camisa de um clube carioca. Todos iriam se perguntar: de qual clube Pelé vestiu a camisa? Ah, foi a do Flamengo, Vasco, Fluminense ou Botafogo?… Não! Foi a do OLARIA!

Hoje, na medida em que estamos tristes com a morte do rei que não terá sucessor, estamos orgulhosos por esse rei ter escolhido, há 58 anos, vestir a camisa do Olaria. É verdade que, um ano antes, em 1963, o mesmo Pelé havia marcado três gols contra o Olaria, no Pacaembu, na vitória de 5 a 1 do Santos sobre o time da Rua Bariri pelo Torneio Rio São-Paulo. De qualquer modo, ainda assim o Olaria entrou na história de Pelé, e hoje os olarienses são mais orgulhosos por terem enfrentado o rei que nos deixou, mesmo tendo tomado três gols do rei em um único jogo.

O Olaria agradece ao rei! O mundo agradece ao rei! Pelé será o único rei sem sucessor, em um reino tão disputado e com tantos impostores e usurpadores do trono como o futebol.

Obrigado Pelé, por tudo o que você foi e representou para o futebol brasileiro. Obrigado Pelé, por um dia ter vestido a camisa do Olaria. Seu trono ficará para sempre vazio, mas servirá de exemplo e lição para aqueles que pretendem, um dia, chegar a ser a ser, no máximo, um príncipe.