BOLSONARO, AS JOIAS DAS ARÁBIAS E SEUS “MULAS”

Já se passaram mais de duas décadas. Foi em 1999, em uma entrevista à TV Bandeirantes que o então deputado federal Jair Bolsonaro disse com todas as letras: “eu sonego tudo o que for possível”. Talvez nem ele, quando confessou ao vivo esse crime, imaginasse onde poderia chegar. O escândalo dos presentes milionários que teriam sido dados pela monarquia árabe do príncipe esquartejador amigo de Bolsonaro escancara mais uma vez o esgoto fétido que é a família Bolsonaro: ligação com milicianos, rachadinhas, cheques da “Micheque” e por aí vai. Porém, o escândalo das joias das Arábias, já no ocaso do governo fascista, serve como exemplo para representar o que é o bolsonarismo. No episódio, além de os itens não terem sido declarados, mais uma vez Bolsonaro não perdeu a oportunidade de desmoralizar as Forças Armadas. É impressionante como militares se deixaram ser desmoralizados por Bolsonaro. Militares serviram de “mulas”, trazendo as joias suspeitas e tentando entrar com o tesouro de forma ilícita no Brasil. É vergonhoso como alguns militares se deixaram ser usados em um papel imundo como esse.

Foi muito importante a atuação independente dos funcionários da Receita Federal, que não se deixaram intimidar pelas pressões dos capangas de Bolsonaro, sejam travestidos de ministros ou trajando farda. As “carteiradas” dos capangas bolsonaristas não apenas não intimidaram os servidores como parece ter despertado ainda mais a atenção para a ilegalidade criminosa que ministros e militares tentaram consumar para beneficiar Bolsonaro. Em situações como essa é que podemos perceber o quão importante é a estabilidade dos servidores públicos, que não se intimidaram, trabalharam muito e que, não faz muito tempo, foram chamados de “parasitas” pelo então ministro-banqueiro de Bolsonaro que odeia empregadas domésticas e filhos de porteiros.

Hoje sabemos que Bolsonaro embolsou um estojo contendo itens avaliados em 400 mil. Mas o presente milionário das Arábias que seria enviado para a “Micheque”, avaliado em 16 milhões, não chegou ao seu destino: foi apreendido pela Receita Federal, pois o “mula” do Bolsonaro não quis declará-lo como patrimônio do Estado Brasileiro, muito menos pagar os impostos devidos. Quanto ao estojo surrupiado por Bolsonaro, a lei é clara e diz que todo e qualquer presente ofertado a chefes de Estado em cerimônias são patrimônio do Estado. Então, Bolsonaro se apropriou indevidamente do “presente”.

Na verdade, todo esse episódio tem ramificações pavorosas. Sabe-se que o governo Bolsonaro, pouco depois da viagem à Arábia, vendeu a preço de “banana podre” uma refinaria aos árabes. Isso, ao mesmo tempo em que o casal Bozo-Micheque recebia os presentes milionários, absolutamente incomum em qualquer situação de gentileza ou cordialidade entre governos. E não podemos esquecer a admiração que Bolsonaro nunca escondeu pelo príncipe árabe esquartejador.

Depois que todos os detalhes forem esclarecidos pela Polícia Federal, até porque o conjunto da obra está mais do que conhecido, certamente a melhor atitude do governo seria devolver os tais “presentes”. Basta, formal e oficialmente, fazer a entrega na Embaixada árabe. Nem é preciso ir ao encontro do príncipe assassino e esquartejador de jornalistas amigo de Bolsonaro.

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