
Primeiro foi a conspiração contínua e absurda contra o sistema eleitoral, juntamente com ofensas e ameaças ao TSE; depois foi a patuscada do Roberto Jefferson que, como bandido que é, disparou tiros e granada contra a Polícia Federal. Mas nada disso foi suficiente para que progredisse em um golpe que melasse as eleições. Então, às vésperas do pleito, inventaram uma suposta fraude na inserção de propaganda do Bolsonaro, igualmente desmascarada. Novamente, a tentativa de golpe foi frustrada.
Mas os pulhas não desistiram. Então, no dia do segundo turno, a Polícia Rodoviária, aparelhada e, na prática, comandada por Flávio Bolsonaro, realizou uma operação criminosa, visando parar veículos de petistas nas estradas, especialmente no Nordeste, para impedir que os eleitores de Lula chegassem aos locais de votação. Mas também não adiantou e Lula venceu com mais de 2 milhões de votos à frente do fascista. Então, vieram os supostos “caminhoneiros” (na verdade, golpistas patrocinados por empresários) para, em uma ação articulada, parar as estradas do país em protesto contra a derrota nas urnas. O movimento dos vagabundos pede golpe militar, intervenção, anulação das eleições e prisão do presidente do TSE. Claro que há um financiamento para as arruaças golpistas e tudo ao seu tempo será esclarecido, com os financiadores e organizadores do “Capitólio Tupiniquim” sendo punidos na forma da lei. Mas as ações golpistas dos bloqueadores de estradas foi se esvaziando, bem como a concentração dos delinquentes nas portas dos quartéis. Porque, mais de uma semana depois do pleito, o golpe não veio. Nem mesmo depois um discurso ridículo de Bolsonaro, que não condenou as pautas golpistas de seus apoiadores terroristas e vagabundos.
Agora, finalmente, será divulgado o “relatório dos militares” sobre as urnas. Com mais de um mês de atraso. Sim, porque já era para ter sido divulgado logo após o primeiro turno. Todas as entidades, nacionais e estrangeiras, que fiscalizaram o pleito, já declararam a lisura do sistema eleitoral. Internacionalmente, Lula já é considerado presidente de fato, antes mesmo da posse. O que o relatório dos milicos pode conter, a não ser o reconhecimento da lisura do processo eleitoral? E por que, segundo foi divulgado, serão dois relatórios, um para cada turno da eleição, visto que o sistema é o mesmo?
Por que tanta demora na divulgação do relatório? Sabe-se que Bolsonaro travou sua divulgação após o primeiro turno. O conteúdo do relatório, certamente não poderá ser outro, a não ser atestar a lisura das urnas e do pleito. O problema é se os militares, mesmo sabendo que a eleição foi limpa, inserirem no relatório algo que ainda possa dar algum gás, por pequeno que seja, a conspirações golpistas. Caso isso aconteça, o relatório deverá ser repudiado, e até ridicularizado, porque assim os próprios milicos estariam se deixando usar em um papel ridículo pelas ambições golpistas de um delinquente derrotado nas urnas. As Forças Armadas já se deixaram muito ser usadas e até desacreditadas, em razão de sua subserviência ao golpismo de Bolsonaro.
Que o tal relatório seja um documento que comece a resgatar a confiança nas Forças Armadas em sua missão constitucional e não em sua desmoralização por se deixarem cooptar por práticas golpistas.