
Imaginemos que Lula tivesse sido derrotado no domingo e, logo em seguida, na madrugada de domingo para segunda-feira, caminhoneiros petistas bloqueassem estradas em vários pontos do país em protesto contra o resultado das urnas. O que teria acontecido? Como a Polícia Rodoviária Federal agiria? A resposta é simples: os manifestantes seriam tratados como bandidos, levariam tiro, porrada, bomba e a manifestação logo acabaria na base da força, em nome da ordem e da liberdade de ir e vir.
O que os bandidos bolsonaristas estão fazendo ao bloquear estradas em vários pontos do país, além de crime contra a ordem democrática, está trazendo grande prejuízo para a economia, para as pessoas e está desrespeitando um dos mais basilares direitos constitucionais: o direito de ir e vir. Pior: a Polícia Rodoviária Federal, aquela mesma que matou um inocente por asfixia em maio deste ano, está assistindo de camarote ao estrago que os bandidos bolsonaristas estão fazendo nas estradas do país. E já falou até em “negociação”. Não se negocia resultado de eleição. Não se negocia atentado contra a ordem democrática. Não se negocia com bandidos fascistas que querem, em seu delírio, fazer um “Capitólio” nas estradas. A vitória de Lula já foi proclamada pelo TSE e reconhecida nacionalmente e internacionalmente.
A atuação da Polícia Rodoviária Federal tem sido vergonhosa, e até criminosa, nessa eleição. No domingo, em uma “operação” atípica, prejudicou o deslocamento de eleitores para exercerem o direito ao voto, especialmente no Nordeste. Repetindo: especialmente no Nordeste. Claro que não foi coincidência! Agora, em uma leniência criminosa, a PRF não faz absolutamente nada e assiste confortavelmente ao terrorismo contra a democracia. E até a deputada fascista Carla Zambelli já escreveu nas redes sociais: “Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam”, em uma postagem criminosa com incentivo aos terroristas.
O aparelhamento da PRF e sua leniência com esses bandidos vem sendo determinante para que os criminosos bolsonaristas continuem com os bloqueios. Mas o silêncio do derrotado Jair Bolsonaro também estimula o crime desses meliantes. Tivesse Bolsonaro tido a postura democrática e republicana, que se repete em todas as eleições, e se pronunciado logo após a proclamação do resultado, reconhecendo a derrota e parabenizando o vencedor (como fez Haddad em 2018 quando Bolsonaro venceu), com certeza esse terrorismo não estaria acontecendo. É urgente que o Judiciário tome medidas drásticas contra o diretor da PRF, que está prevaricando e que já mostrou que, desde as “operações” de domingo, não está a serviço da democracia e sim do golpe que, para desespero tanto do fascista que encontra-se em isolamento social como daqueles que estão tocando o terror nas estradas por não aceitarem a vontade do povo, não acontecerá.