
O bandido bolsonarista Roberto Jefferson finalmente foi preso ontem pela Polícia Federal após atacar os agentes que cumpriam o mandado do ministro Alexandre de Moraes de suspender a prisão domiciliar do meliante e levá-lo de volta à cadeia. Os policiais federais foram recebidos por Jefferson com tiros de fuzil e granada. Há muitos questionamentos e dúvidas em relação ao ato terrorista do bandido de extrema-direita, como, por exemplo: Jefferson, cumprindo prisão domiciliar, poderia ter fuzil em sua casa? E a granada lançada contra os policiais, não é um armamento exclusivo das Forças Armadas? Ele podia ter acesso a redes sociais? Quem foi o responsável pela fiscalização das medidas restritivas? A operação da Polícia Federal teria sido vazada e Jefferson já esperava pelos policiais? E se fosse em uma favela, a polícia teria matado o atirador que a recebeu a tiros de fuzil e granada? E ainda: não há precedente de qualquer ministro da Justiça ter sido convocado para negociar ou acompanhar a prisão de ninguém. Nem mesmo no caso da prisão de autoridades com mandato, como governadores, prefeitos e parlamentares, ocorridas recentemente, não há o precedente do comparecimento do ministro da Justiça. E Roberto Jefferson é um “cidadão comum”, ou melhor um bandido sem qualquer mandato ou imunidade. Por que a presença do ministro da Justiça? Será que Jefferson, em seu putrefado ocaso como político, tentou se fazer de mártir para ser erguido como um trunfo dos fascistas às vésperas do segundo turno? E mais: teria sido o ato de Jefferson a tentativa do início de um tumulto para conturbar a eleição no segundo turno? São alguns questionamentos feitos desde ontem. Porém, uma coisa é certa: o ato criminoso e terrorista de Roberto Jefferson foi um tiro no pé na própria campanha de Bolsonaro. Desde ontem bolsonaristas estão nocauteados com o ataque feito por Jefferson a policiais federais no cumprimento de suas missões. Até a nota de Arthur Lira, o presidente da Câmara aliadíssimo de Bolsonaro, foi bastante enfática e diz que “não admitirá retrocesso para a democracia”. Lira ainda chamou o ato do delinquente bolsonarista de “pico do absurdo”. Não há dúvida de que o estrago foi grande para a campanha de Bolsonaro, tanto que ele, desesperadamente, já tratou de se desvincular de Roberto Jefferson e, muito a contragosto, foi obrigado a chamá-lo de “bandido”. Isso, para que o estrago eleitoral não seja maior.
Roberto Jefferson, assim como Daniel Silveira, são tentáculos do bolsonarismo. Agressores da democracia, das instituições, dos poderes constituídos, do Estado democrático de direito e fomentadores da violência. Sempre foram a favor de um golpe para implantar uma ditatura bolsonarista. Mas, além de suas posições fascistas, eles também pregam o armamentismo tão cultuado por Bolsonaro. Lembrem-se que Bolsonaro estimulou a população a pegar em armas para descumprir o isolamento social durante a pandemia, em nome da “liberdade”; lembrem-se que Bolsonaro afirmou que “um povo armado jamais será escravizado”; lembrem-se que inúmeros bolsonaristas passaram a ter fetiche por armas incentivados pelo próprio líder fascista e um deles chegou até a lamber o cano de uma arma, em uma das cenas que mais representa o que é o esgoto político do bolsonarismo. O incentivo de Bolsonaro ao armamentismo sempre teve uma finalidade: criar milícias que lhes deem respaldo no caso de um golpe, que sempre esteve em seus planos. O ato criminoso e terrorista de Roberto Jefferson teve como justificativa o próprio discurso bolsonarista. Ao justificar o ataque aos policiais, Jefferson invocou a “liberdade” e também apelou para a religiosidade. Então, atiremos! Tudo dentro do script bolsonarista. Nesse episódio, o próprio Bolsonaro não deixa de colher o que sempre semeou com seu discurso e prática milicianas, pois o que ele sempre fomentou agora volta-se contra ele e seus interesses eleitorais.
Apoiadores foram convocados e até o falso padre foi para a casa do Jefferson. O golpe ainda não foi dessa vez, mas a meia dúzia de fascistas que para lá foram não perderam a viagem, pois agrediram um jornalista que estava a serviço e que teve que ser hospitalizado. O golpe poderia ter começado ontem, com uma reação em cadeia e um tumulto para transtornar a eleição que está próxima e, muito provavelmente, com a vitória de Lula. Mas foi um tiro no pé do líder fascista. Ainda assim, o alerta deve ficar mais do que ligado até o dia 30, pois um “novo Roberto Jefferson” ou um “novo Adélio” poderá surgir a qualquer momento.