
“Esse inglês era malvisto na região porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, questão ambiental.” (Jair Bolsonaro, sobre o jornalista Dom Plhillips, brutalmente assassinado junto com o indigenista Bruno Pereira).
“Esse inglês”. Foi assim que Bolsonaro se referiu ao jornalista Dom Phillips, brutalmente assassinando na Amazônia com o indigenista Bruno Pereira. Nem sequer o nome da vítima dos destruidores das Amazônia, que Bolsonaro tanto apoia, foi citado. Como se não bastasse, disse que Dom Phillips era “malvisto”. Ora, “malvisto” por quem? A resposta é simples: era era malvisto por garimpeiros ilegais, invasores de terras indígenas, caçadores e pescadores ilegais, devastadores que extraem madeira ilegalmente e desmatam a floresta. Enfim, tanto Bruno como Dm Plhillips eram malvistos pelos bandidos devastadores da Amazônia, que apoiam Bolsonaro e que Bolsonaro e seu governo sempre apoiaram, especialmente com leis que “flexibilizam” suas ações criminosas e, por incrível que pareça, punindo fiscais que cumprem os seus serviços.
O compromisso de Jair Bolsonaro e sua gangue criminosa do desmatamento sempre foi conhecido e ficou explícito quando o bandoleiro ambiental Ricado Salles mando a senha do “passar a boiada”. Aliás, nunca é demais lembrar que o delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal, que denunciou Salles por desmatamento no ano passado, foi demitido.
O brutal assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips tem todas as digitais do governo fascista e miliciano de Bolsonaro. O Estado Brasileiro, deliberadamente, não se faz presente na Amazônia. A região está entregue a milicianos, porque ali prevalecem as leis, as vontades e os interesses dos bandidos que dominam a região. São criminosos que agridem a fauna, a flora, invadem terras demarcadas, praticam o garimpo ilegal, tudo com a anuência de Bolsonaro e sua camarilha governamental. Sabe-se que Bruno Pereira e Dom Phillips eram desafetos de Bolsonaro, e que Bruno Pereira, um grande conhecedor da região, dos crimes e dos criminosos que ali reinam com anuência do governo, tinha um dossiê preparado para entregar à Polícia Federal. O duplo e brutal assassinato não foi obra do acaso.
O duplo assassinato, com requintes de crueldade, é a marca de como a Amazônia está entregue aos milicianos ambientais. Ali, imperam as leis desses bandidos. Ali o Estado Brasileiro não se faz, propositadamente, presente. Onde estavam as Forças Armadas que, ao invés de querer se intrometer em periciar urnas eletrônicas, não cumpre o seu papel na região? Onde estava a Polícia Rodoviária que, ao invés de matar trabalhador asfixiado, não policiou as estradas da região? Onde estava a Funai que, no governo Bolsonaro, virou um centro de destruição dos povos indígenas? Onde estava o Ibama? Não falamos, evidentemente, de seus servidores e sim da orientação criminosa que esses órgãos estão tendo por parte do governo fascista e genocida de Jair Bolsonaro. Tanto que aqueles que cumprem o seu papel, como o servidor Bruno Pereira, são “cancelados”, como diz Bolsonaro e seus seguidores na linguagem miliciana.
Os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips não são fatos isolados. Inserem-se em um contexto de licença do governo para que seus aliados cometam todo tipo de crime na Amazônia. E parece haver tentáculos de apoiadores de Bolsonaro no Congresso. O delegado Alexandre Saraiva, aquele que foi demitido por denunciar Ricardo Salles, afirmou no último dia 15 que existe no Congresso aquilo que chamou de “Bancada do Crime na Amazônia” e o delegado chegou a citar a deputada fascista Carla Zambelli como fazendo parte dessa bancada criminosa. Tudo deve ser apurado, mas por servidores independentes, como o delegado Alexandre Saraiva.
Enquanto isso, a Amazônia vai sendo dominada por milicianos ambientais, que só serão removidos e punidos na forma da lei com um governo comprometido com o meio ambiente e não com sua destruição, como é o caso do governo fascista, genocida e miliciano de Bolsonaro.