
Não foi nenhum jornal brasileiro. Não foi nenhum site de esquerda. Não foi nenhuma declaração de político da oposição. Dessa vez, quem está alertando para um risco real de golpe de Estado no Brasil é o New York Times. As evidências de uma aventura golpista, com apoio de alguns militares saudosistas da ditadura que rodeiam Bolsonaro, já vêm sendo declaradas há muito por aqui. Conspirar contra as urnas eletrônicas, contra o sistema eleitoral, ameaçar juízes do STF e do TSE não são ameaças apenas de Bolsonaro, diante de uma iminente derrota nas urnas. O próprio ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em uma carta ao TSE, choramingou queixumes ao afirmar que as Forças Armadas estavam “desprestigiadas” pelo órgão. Mas também fez ameaças, quando disse, de forma delirante, que a eleição estaria sob “desconfianças”.
Agora, em matéria do jornalista Jack Nicas, o New York Times afirma, com todas as letras, que o risco de golpe é real e que não pode ser subestimado. A cada dia que passa, sem reverter a larga vantagem de Lula nas pesquisas, Bolsonaro sabe que, pela via democrática, será derrotado. E não são apenas as pesquisas divulgadas que mostram a grande dianteira de Lula. As pesquisas encomendadas pelo próprio Bolsonaro e seu partido, que eles não divulgam, mostram isso. Quem foi que disse que eles não acreditam em pesquisas?
Bolsonaro já usa o mesmo argumento criminoso de seu ídolo derrotado, Donald Trump. Diz que se perder será “roubo”. E os saudosistas da caserna que gravitam em torno de Bolsonaro, já assumiram o discurso e a pulsão pelo golpe. Diz a matéria do New York Times:
“Os líderes das Forças Armadas do Brasil de repente começaram a levantar dúvidas semelhantes sobre a integridade das eleições, apesar de poucas evidências de fraudes anteriores, aumentando as já altas tensões sobre a estabilidade da maior democracia da América Latina e sacudindo uma nação que sofria sob uma ditadura militar de 1964 a 1985”.
A matéria do NYT cita ainda o caso do Capitólio em janeiro de 2021, quando Trump e seus seguidores tentaram dar o golpe e lembra o episódio como um exemplo de que as transferências pacíficas de poder não são mais garantidas, mesmo em democracias maduras como a dos EUA.
O papel constitucional das Forças Armadas é claro e, em nenhum momento, elas atuam na contagem de votos. Ao contrário, cabe às Forças Armadas garantir o resultado proclamado pelo TSE, seja ele qual for. Um golpe não terá sucesso, mas causará danos ao país, e os criminosos que tentarem fazê-lo deverão ser presos na forma da Lei. O alerta feito pelo NYT tem grande repercussão no mundo e mostra que a democracia está em risco em nosso país. A reação deve vir de todos os lados, inclusive e principalmente da fatia das Forças Armadas (que acreditamos ser a maioria), comprometida com a Lei e com a Constituição. Militar não é sinônimo de golpista, ao contrário. Por isso, confiamos nos bons militares em cumprirem o seu papel e repelirem uma tentativa de golpe que macularia tanto a nossa história como as próprias Forças Armadas.
E quanto aos militares golpistas, se eles não querem ser presos, que recuem do golpe que estão apoiando e, se querem contar votos, que vão contar os votos do Clube Militar. Porque os votos para Presidente da República são contados pelo TSE!
QUEM TEM MEDO DESSA CAMBADA DE GENERAIS BROXAS ???
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