
A sanha golpista de Jair Bolsonaro continua e, mais uma vez, atacando o sistema eleitoral. Dessa vez, e como não poderia deixar de ser, agredindo em especial a Justiça Eleitoral. Na última quinta-feira, em evento no Planalto, Bolsonaro lançou mais uma de suas propostas golpistas para as eleições desse ano. Evocando a sua condição de “chefe das Forças Armadas”, Bolsonaro propôs que o Exército faça uma contagem de votos “paralela” nas eleições de outubro. A proposta, tão absurda como golpista, já foi rechaçada pelos membros do Tribunal Superior Eleitoral. Até o Arthur Lira, o fiel e comprado escudeiro de Bolsonaro, já se manifestou contra a proposta golpista e estapafúrdia.
Nunca é demais lembrar que lugar de militar é no quartel. Os militares não possuem qualquer condição legal e técnica para fazerem apuração de votos, a menos que estejamos em uma ditadura. Para isso existe a Justiça Eleitoral. Que os militares contem as peças de picanha, as latas de leite condensado e o número de pílulas de Viagra e de próteses penianas que compraram para seus oficiais “imbroxáveis” como Bolsonaro. Mas contagem de votos e proclamação dos eleitos é missão e dever constitucional da Justiça Eleitoral. E de mais ninguém.
A proposta golpista de Bolsonaro lembra o “escândalo da Proconsult” em 1982, na eleição para governador do Rio de Janeiro, quando a Rede Globo entrou em campo e tentou mudar o resultado das urnas para dar uma vitória fraudada ao Moreira Franco. Mas Brizola agiu a tempo, detonou o golpe e mandou os golpistas para o esgoto.
Parece que Bolsonaro, inspirado na Globo, que hoje diz “odiar”, mas que foi grande parceira na sua vitória em 2018, quer criar uma nova Proconsult. Só que, dessa vez, seria uma “Proconsult de farda”. Os militares que contem os votos das eleições do Clube Militar. Ou, se preferirem, que vão contar Viagras!