
“O pastor tem mais moral que deputado.” (Fabiano Moreti, prefeito de Ijaci, em Minas Gerais, que diz ter conseguido através dos pastor Arilton Moura verbas do MEC para seu município).
O escândalo de saque dos cofres públicos da Educação, confessado pelo próprio ministro Milton Ribeiro em áudio divulgado pela Folha de São Paulo, é apenas a ponta do iceberg. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura eram os intermediários do tráfico de influência que beneficiava prefeituras alinhadas ao bolsonarismo. Mas não era só. O pastor Arilton Moura pedia um dinheiro para “protocolar” o pedido dos prefeitos e até propina em ouro. A acusação é de um dos prefeitos que receberia verba saqueada do Ministério das Educação. Gilberto Braga, prefeito do município de Luís Domingues, no Maranhão, contou que o pastor Arilton Moura pediu um quilo de ouro em troca da liberação de verba do MEC para o município. Vejam o que disse o prefeito Gilberto Braga sobre o pastor que intermediava a liberação de verbas em nome de Bolsonaro:
“Ele disse que tinha que ver a nossa demanda, de R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar. E na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto, X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”.
A acusação do prefeito é escabrosa. Os pastores do Bolsonaro não agiam apenas como traficantes de influência. Eles eram corruptos e achacadores que saqueavam os cofres do Ministério da Educação. Na gravação em que Milton Ribeiro confessa o crime, ele fala até em “construção de igrejas”. Construção de igrejas com dinheiro público vindo do Ministério da Educação? Isso chama-se patifaria em nome de Deus.
O escândalo mostra que o saque aos cofres do MEC já vinha acontecendo há tempos. Fotos de Bolsonaro com seus pastores de estimação citados na gravação, em reuniões que aconteciam desde 2019, já circulam pela mídia. O que agora se tem certeza, é que depois do escândalo do “orçamento secreto”, do “gabinete paralelo da cloroquina” na Saúde, do “ministério paralelo das Relações Exteriores”, agora temos um “ministério paralelo da Educação”, com decisões sobre distribuição de verbas tomadas por pastores corruptos e sem qualquer cargo formal na pasta. Esse outro escândalo é a prova de que Bolsonaro também terceirizou a Educação para energúmenos que, em nome de Deus, estão saqueando a Educação. Cadeia neles!