O governador de São Paulo e bolsonarista arrependido João Dória havia proibido manifestações contrárias a Bolsonaro no dia 7 de setembro, alegando que os grupos fascistas já haviam agendado a data para suas manifestações. Porém, os grupos de oposição ao governo fascista conseguiram uma liminar lhes garantindo o direito de realizar uma manifestação na capital paulista. Devemos, no entanto, ficar atentos para duas coisas: primeiro, a infiltração de fascistas na manifestação contra Bolsonaro. Isso ficou muito claro na última manifestação, quando fascistas infiltraram-se entre os manifestantes e promoveram um vandalismo contra uma agência bancária. As fotos da ocasião mostram que o ataque foi inequivocamente praticado por infiltrados que, “coincidentemente”, usavam coturno. Além disso, os supostos “anarquistas” que teriam vandalizado a agência bancária deixaram uma pichação onde até o “A” dos anarquistas estava grafado erradamente.

Mas além das possíveis (e prováveis) infiltrações, devemos ficar de olho na atuação da Polícia Militar de São Paulo, que terá a missão de garantir a segurança em ambas as manifestações. Isso porque a politização da polícia paulista veio à tona recentemente e, assim, ficamos nos perguntando como ela atuará nos dois locais. Se a Polícia cumprir sua função legal, como instituição de Estado e não como braço do bolsonarismo, não estará fazendo mais do que sua obrigação constitucional. As duas manifestações servirão como um teste muito importante para avaliarmos até que ponto a PM paulista está contaminada pelo aparelhamento político. A PM tem a obrigação de não demonstrar “simpatia” por um ato e “antipatia” por outro.

Os fascistas pró-Bozo se concentrarão na avenida Paulista. Já os grupos de oposição ao governo fascista ficarão no Vale do Anhangabaú. A atuação da Polícia nos dois locais será um balizador importante para avaliarmos os riscos que a democracia corre e quão contaminada ideologicamente a PM paulista poderá estar.