
Foi “ensurdecedor” o silêncio de dois dos maiores veículos da mídia brasileira (um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro) em relação aos atos que aconteceram em todo Brasil contra o governo criminoso e genocida de Jair Bolsonaro. No dia seguinte às manifestações que entrarão para a história, o Estadão, em sua primeira página, deu destaque ao turismo, enquanto que O Globo enfatizou na sua capa o reaquecimento do PIB. Nada sobre as manifestações pelo impeachment de Bolsonaro e pela vacina, que levaram milhares de pessoas às ruas.
Tanto o Estadão como O Globo, ao virarem as costas para a história, reforçam os seus DNAs golpistas e escancaram a balela do tal “jornalismo independente”. Por ocasião das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma, ambos os veículos deram ampla cobertura e destaque. Porém, no momento em que um presidente genocida insiste em seu negacionismo que já ceifou mais de 450 mil vidas e milhares de pessoas em todo Brasil mandam o seu recado, as mesmas mídias optaram pelo silêncio sepulcral. Nem parecem as mesmas mídias que, em 2016, chegavam a publicar folhetos sobre os locais das manifestações contra Dilma. O Estadão e O Globo parecem não ter aprendido, nem mesmo com as agressões que sofrem do próprio câncer que ajudaram a eleger. Mas, ao contrário de estampar as gigantescas manifestações de 29 de maio, preferiram a omissão e o silêncio, o que não aconteceu com a imprensa internacional, que deu grande destaque aos atos contra o fascista genocida. Merval Pereira, o jornalista global, tucano e “sergiomorista” recalcado, chegou a criticar os atos em sua coluna do domingo, dia 30.
Chama atenção o fato de as manifestações ocorridas no dia 29 em todo Brasil não terem sido do PT, do PSOL, do PC do B ou apenas das esquerdas. E aí reside a sua magnitude: vários grupos e partidos de diferentes matizes foram às ruas pelo impeachment, pela vacina e pela democracia. Foi uma verdadeira “frente” contra Bolsonaro nas ruas que o Estadão e O Globo omitiram. Os mesmos veículos que exaltaram um documento de uma outra “frente” que tinha Dória, Amoedo, e Luciano Huck como signatários.
Não resta dúvida de que, ao omitirem de suas páginas um dia histórico, esses dois veículos de comunicação já usam de expedientes que lembram 2016 e 2018. Talvez os dois veículos “isentões” estejam esperando uma grande manifestação de “centro”, com Sérgio Moro e os tucanos levando às ruas milhões de brasileiros e eles fazerem a capa que sonham para seus jornais. Sonhar não custa nada, caras pálidas!