
O Ministério Público, através do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, pediu ao TCU que apure a “reserva” de verbas do Orçamento de 2020, pois há fortes evidências de que tal “reserva” era destinada à compra de votos de parlamentares. O esquema, que já está sendo conhecido como “Bolsolão”, é uma serie de delitos ao mesmo tempo: desvio de verba, roubo, corrupção, caixa 2, orçamento paralelo, compra de votos. É um mensalão com requintes, incluindo “bônus por fidelidade”. Tudo para comprar votos e apoio de parlamentares. Para quem se elegeu dizendo que “a mamata ia acabar” e demonizando a “velha política”, aí está a resposta para os babacas e idiotas. E agora? Mensalão e pedaladas fiscais são “fichinhas” quando comparados com o esquema de compra de votos de Bolsonaro. O esquema de compra de votos movimentos 3 bilhões para pagar o apoio de aliados (leia-se: comprados) do “Centrão” e tem, dentre outras indecências, compra super-super-faturada de tratores. O esquema foi mostrado, nos mínimos detalhes, em reportagem do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo a reportagem, a liberação de verbas para parlamentares era autorizada de acordo com as votações e o nível de “apoio” ao governo. Hoje, porém, já sabemos de outros detalhes, como a existência de fichas de classificação, monitorando o comportamento de parlamentares. O então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, monitorava a atuação dos parlamentares do “Centrão” e havia até um “ranking de fidelidade” para definir os contemplados. É mais um crime (e que crime!) de responsabilidade de Bolsonaro. Mas é claro que Arthur Lira, presidente da Câmara e um dos contemplados pelo “Bolsolão”, não vai pautar o impeachment do sujeito. Por isso ele vai dizendo, tal como o seu antecessor Rodrigo Maia: “Não vejo clima prá impeachment!”