
Mais uma vez Paulo Guedes, o banqueiro-ministro da Economia de Bolsonaro, vomita o seu ódio e preconceito contra os mais pobres. O banqueiro, que já ofendeu servidores públicos chamando-os de “parasitas” e “assaltantes”, que já se disse incomodado porque, com o dólar baixo, “até empregadas domésticas estavam indo para a Disney”, agora voltou o seu ranço elitista e preconceituoso contra a categoria dos porteiros. Dessa vez, novamente sem saber que estava sendo gravado, o banqueiro-ministro mostrou-se incomodado porque “até o filho do porteiro que tirou zero na prova” tem a faculdade bancada pelo Fies, o programa de financiamento do governo federal para estudantes ingressarem em universidades. Guedes encarna perfeitamente o espírito bolsonarista: além de elitista, é mentiroso. Elitista porque ele exemplifica com o filho do porteiro, uma profissão humilde. Por que ele não exemplificou com o “filho do general” ou o “filho do fazendeiro”, que também podem tirar zero em uma prova? Mas ele também é mentiroso, como todo bolsonarista, porque um dos requisitos para ter o benefício do Fies é exatamente não zerar a prova.
No mesmo “combo” de preconceito e elitismo, Guedes também afirmou estar incomodado com o fato de, acreditem, as pessoas desejarem viver muito. Disse Guedes, com todas as letras:
“Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130. Não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar”.
A afirmação mostra o desprezo de Guedes pela vida. “Viver muito” é um estorvo para a economia, segundo o discípulo da Escola de Chicago. Na lógica ultraliberal do banqueiro Guedes, a longevidade dos brasileiros incapacita os investimentos do Estado. Certamente essa afirmação assassina do banqueiro faz parte da política de Estado de Bolsonaro e talvez explique, na linguagem dos bandidos, o “cancelamento” de mais de 400 mil CPFs pela Covid como política de um Estado genocida. Tudo em consonância com um governo que quer aumentar a taxação sobre livros e isentar armas de impostos. Paulo Guedes só não falou com quantos anos ele próprio deve morrer. Hoje o banqueiro está com 71 anos. Será que ele também vai querer chegar aos 100? Se for coerente com o que disse, ele já deve começar a deixar o seu testamento pronto, ir para Nova Iorque e se jogar do centésimo andar do Empire State. Ou será que o “estorvo da longevidade” só é válido para os pobres?