
Lula é elegível e lidera as pesquisas. Popularidade de Bolsonaro despenca. Alguns representantes antes aliados de Bolsonaro, como empresários e religiosos, começam a migrar para Lula. Começou a CPI que exporá as vísceras dos crimes cometidos pelo governo assassino de Bolsonaro contra a saúde pública. Então, ele sabe que os ares já são outros para 2022. Já há até quem vislumbre um cenário de segundo turno sem Bolsonaro. Sendo assim, é claro que ele está desesperado e até já “ressuscitou” a tal facada. Esse semana ele já anunciou que será submetido a outra cirurgia por causa da “facada”.
Certo de que os ventos não serão os mesmos em 2022, Bolsonaro, seguindo a linha trumpista, já anunciou que não aceitará a derrota eleitoral em 2022. Em outra entrevista recente ele voltou a falar em “voto auditado impresso” nas eleições. Ele e todo o seu clã sempre se elegeram com a urna eletrônica. Seu filho Dudu Bananinha foi o deputado federal mais votado em todo Brasil através da urna eletrônica. Até aí, a urna servia e era segura. Nada de voto impresso ou “auditado”. Agora, antevendo o cenário desfavorável que se coloca para ele, com mais de um ano de antecedência ele reacende a proposta bizarra do tal “voto impresso”. Claro que isso inflama o seu gado asinino para conspirações contra o sistema eleitoral que sempre o elegeu, inclusive para Presidente da República.
Bia Kicis, a deputada bolsonarista que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, já quer colocar na pauta a votação de uma PEC que institua o tal voto impresso. Mas Bolsonaro e os bolsonaristas sabem que as chances de aprovação da proposta são próximas de zero e aí eles teriam um “motivo” para protestar contra o resultado da eleição. Vão invadir o Congresso? Vão invadir o Tribunal Eleitoral? Vão invadir o STF? Vão quebrar as urnas eletrônicas? Bolsonaro vai dar “porrada”?
Quando a urna eletrônica foi implantada, em 1996, vários testes foram feitos. E, para quem não se recorda, inclusive o teste do “voto impresso”. Em seus primeiros tempos, a título de auditar os votos gravados na urna, havia um segundo dispositivo, que era um invólucro plástico opaco acoplado na parte de trás da urna, para onde iam votos impressos. Na época, isso foi feito por amostragem, só em algumas urnas. Nenhuma disparidade foi constatada. Ao longo do tempo a urna eletrônica se mostrou um meio seguro de expressar a vontade popular. Mas as teorias da conspiração, vindas por parte dos fascistas, já ensaiavam na última eleição um recado de que eles não aceitariam o resultado. Bolsonaro foi claro ao dizer, em 2018, que não aceitaria outro resultado “que não fosse a sua vitória”. Esse ano ele complementou, dizendo que “só Deus” pode tirá-lo da Presidência da República. Agora, ressurge a ideia estapafúrdia do voto impresso, que nada mais é do que a senha para um golpe pós-eleitoral. Ele sabe que Lula virou o seu pesadelo. Ele sabe que o “antipetismo”, ao contrário de 2018, não ganhará a eleição. Ele também sabe que os seus votos já minguaram e que seus apoiadores é que viram os “párias” da política nacional. E, finalmente, ele sabe que assim como não foi “Deus”, e sim o povo, que o elegeu, esse mesmo povo, e não “Deus”, poderá tirá-lo. Pela mesma urna eletrônica que o elegeu. E, nesse caso, ele não sairia nem pela porta dos fundos, mas pelo esgoto que, aliás, sempre foi o seu “habitat” natural.