
A reação agressiva, ameaçadora e raivosa de Bolsonaro à ordem do ministro Barroso de instaurar a CPI da Covid já é um forte indício de que Bolsonaro está mesmo é com medo, muito medo. Porque se ele tivesse, como diz aos seus bovinos, agido corretamente durante a pandemia, então ele seria o primeiro a querer que a CPI fosse instalada para mostrar que tudo o que fez, (desde falar que tudo não passava de uma “gripezinha” até negar a vacina e recusar a sua compra no ano passado) foi correto. Se alguém não tem o que temer, então que se abra a CPI. Até porque, ao que se sabe, depois que o Bozo se arreganhou para o Centrão, ele tem a maioria no Senado. Então, por que temer a CPI e reagir de forma hidrófoba e ameaçadora?
Bolsonaro disse que o ministro Barroso está fazendo “politicalha” ao ordenar a instalação da CPI. O que dizer então do ex-ministro “imprecionante” da Educação, que só fez ativismo político? E do ex-ministro energúmeno das Relações Exteriores, que também só fez ativismo político? E do procurador-geral da República, Augusto Aras e do advogado-geral da União, ambos bolsonaristas que usam seus cargos para ativismo político?
Bolsonaro agora reage como sempre reagiu, de forma agressiva e ameaçadora. Mas ele não pensava assim em 2007. Naquela ocasião, como deputado federal, ele defendeu que o STF determinasse a abertura de uma CPI para apurar as responsabilidades do chamado “apagão aéreo”. Estávamos no governo do PT. Então, ele não achava que se o STF ordenasse a abertura da CPI seria “politicalha”. Agora, já acha que é.
Em 2007, ao que se sabe, nenhum brasileiro morreu em decorrência do “apagão aéreo”. Agora, o Brasil já se aproxima de 350 mil mortos. Então, que se apurem as responsabilidades. Por que o medo da CPI?