
A montadora Ford anunciou ontem que encerrará suas atividades no Brasil. A notícia caiu como uma bomba. A montadora estabeleceu-se no país em 1919 e, passado mais de um século, vem o anúncio que causará um dos maiores impactos adversos para a economia do Brasil nos últimos tempos. Só de saída, serão mais de 5 mil empregos diretos que deixarão de existir.
A justificativa oficial para a saída da montadora do Brasil é bem clara: “ambiente econômico desfavorável, agravado pela pandemia”. A pandemia causou “ambiente econômico desfavorável” em todo o mundo, mas parece que no Brasil a situação foi agravada por um governo negacionista, contrário à vacina e que tornou-se, deliberadamente, um pária no combate ao vírus. A empresa anunciou que manterá as suas fábricas em nossos vizinhos Uruguai e Argentina.
A Ford foi a primeira indústria automobilística a se instalar no Brasil. O governo insiste em afirmar que a saída na empresa não tem qualquer relação com a situação econômica e política do país. Já para os representantes do “mercado”, aquele mesmo “mercado” que apostou no Paulo Guedes e apoiou Bolsonaro, a saída da Ford explica-se pelas incertezas que rondam a economia brasileira sob o governo Bolsonaro. Rodrigo Maia, um dos representantes desse “mercado”, já começou a falar em impeachment “caso a vacina demore”. Parece que quando o traseiro do tal mercado começa a doer, a alma dessa gente é atingida. A declaração de Maia veio no mesmo dia do anúncio da Ford. Seria apenas coincidência?