
Miguel Reale Júnior foi um dos articuladores e signatários do golpe de 2016, que afastou Dilma do poder e abriu caminho para a ascensão da extrema-direita. Juntamente com as Organizações Globo, Estadão, Veja, dentre outras mídias poderosas, o golpe contra a então Presidente Dilma visava favorecer as forças conservadoras, especialmente do PSDB. O próprio Miguel Reale Júnior tem um DNA tucano. Dilma foi golpeada e, junto com ela, a democracia foi agonizando, até a culminância da chegada de Bolsonaro ao poder.
Bolsonaro chegou ao poder pelo voto, é sabido. Porém, no segundo turno de 2018, haviam duas claras e inequívocas alternativas: a de um projeto nitidamente autoritário e fascista de um lado. E a de um projeto democrático do outro. Foi uma oportunidade para os brasileiros refletirem sobre certos “ódios infundados”. Mas o tal “ódio” falou mais alto.
Bolsonaro nunca enganou a ninguém. Todos já o conheciam como defensor da ditadura, apologista de torturadores, racista e inimigo das liberdades democráticas. E os mesmos que defenderam o golpe de 2016 cravaram o “17” nas urnas, “contra a corrupção”. O restante da história, os últimos dois anos já contaram.
Ontem vários veículos de imprensa publicaram a preocupação de Miguel Reale Júnior com a possibilidade de Bolsonaro tentar dar um golpe em 2022. O site direitista, lavajatista e morista O Antagonista publicou uma matéria intitulada “O Golpe de 2022″. Nela, o site direitista fala que, segundo Miguel Reale Júnior, signatário do golpe contra Dilma, Bolsonaro estaria preparando o terreno para um golpe em caso de derrota em 2022. Disse Miguel Reale Júnior:
“O Presidente coloca a imprensa como inimiga dos soldados… Qual a razão de prestigiar cerimônias de soldados da Polícia Militar pregando contra a imprensa livre? A grave menção de que ‘se não tiver voto impresso, esqueça-se a eleição de 2022’, somada à corte que Bolsonaro faz às Polícias Militares, instigadas contra a imprensa livre, forma um quadro preocupante de possível derrota do Presidente, que terá preparado o terreno para uma ‘lei marcial’, tal qual a pensada por Trump, dando fim à democracia, jamais cultuada. E daí?”
Pois é. O doutor Miguel Reale Júnior está preocupado com a possibilidade de golpe de 2022. Mas ele não pensou nisso quando se deixou usar pelos golpistas de 2016. E nem quando foi votar no segundo turno de 2018. Se houver mesmo um outro golpe no Brasil em 2022, como vaticina o doutor Reale, que fique claro: esse golpe teve início em 2016, com o próprio Reale tendo sujado suas mãos, levando o país ao maior retrocesso de sua história. Com medinho de golpe? Embala que o Messias é teu, doutor!
O golpe contra a presidente Dilma começou nas manifestações de 2013, quando um bando de burros, inocentes e raivosos se deixaram levar pela Rede Globo. Eles também tem que embalar esse messias.
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