
Eduardo Paes tomou posse como prefeito do Rio de Janeiro e, em seu primeiro dia de governo, já descumpriu uma das promessas que havia feito aos servidores municipais durante a campanha: o prefeito já anunciou que uma das medidas para tirar o município do caos financeiro é aumentar a alíquota da contribuição previdenciária de 11% para 14%, para ativos e inativos. Em sua campanha, no entanto, Eduardo Paes não aventava essa hipótese.
Durante a campanha, Eduardo Paes chegou a publicar uma carta onde firmava outros compromissos com os servidores, como o pagamento dos salários no segundo dia útil, reajustes que compensem a inflação e antecipação, em julho, da primeira parcela do décimo-terceiro salário. A carta-compromisso, no entanto, já está fora do ar na internet.
O aumento da alíquota da contribuição previdenciária de 11% para 14%, além de descumprir um compromisso de campanha, mostra a velha prática de jogar em cima dos servidores o ônus das contas públicas. Mas, além de Eduardo Paes, os vereadores também haviam se comprometido com os servidores. Uma enquete publicada no dia 30 de novembro (um dia após o segundo turno das eleições) e publicada no jornal O Globo, em sua página 31, mostrava que 26 dos 51 vereadores eleitos eram contra o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14%. Como o aumento depende de aprovação da Câmara então, pela enquete, não haveria número suficiente para sua aprovação. Lembremos os nomes dos vereadores que se posicionaram CONTRA o aumento da contribuição previdenciária:
César Maia (DEM), Verônica Costa (DEM), Laura Carneiro (DEM), Tarcísio Motta (PSOL), Chico Alencar (PSOL), Mônica Benício (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Thais Ferreira (PSOL), William Siri (PSOL), Dr. Marcos Paulo (PSOL), Inaldo Silva (Republicanos), Waldir Brazão (Avante), Tainá de Paula (PT), Luciana Novaes (PT), Reimont (PT), Gabriel Monteiro (PSD), Teresa Bergher (Cidadania), Vera LIns (PP), Marcelo Arar (PTB), Márcio Santos (PTB), Rosa Fernandes (PSC), Dr.João Ricardo (PSC), Vitor Hugo (MDB), Wellington Dias (PDT), Dr. Carlos Eduardo (Podemos) e Rogério Amorim (PSL).
Apenas dois vereadores afirmaram ser a favor do aumento da alíquota para os servidores: Ulisses Marins (Republicanos) e Pedro Duarte (Novo). Os demais vereadores não responderam à enquete. De qualquer modo, pela enquete publicada em 30 de novembro de 2020, o aumento da alíquota não teria número para ser aprovado pela Câmara Municipal. Cabe agora cobrar dos vereadores o cumprimento do que afirmaram na enquete publicada em 30 de novembro. O prefeito já demonstrou que não cumprirá uma de suas promessas com os servidores. Cabe, então, a cobrança aos vereadores.