
“Ninguém me pressiona pra nada, eu não dou bola pra isso. É razão, razoabilidade, responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo”. (Jair Bolsonaro, sobre o atraso do Brasil na vacinação, em 26 de dezembro de 2020).
Mais uma vez Jair Bolsonaro exalou o seu ar de desprezo pela vacina e pelas quase 200 mil vidas já ceifadas pela pandemia no Brasil. Enquanto em outros países a vacinação já teve início, o Brasil ainda está muito atrás. E hoje, ao ser questionado sobre o atraso do Brasil na vacinação, Bolsonaro disse que “não dá bola para isso”. O que não chega a ser novidade, em se tratando de alguém que já falou em “gripezinha”, “resfriadozinho”, que “não é coveiro” e que, finalmente, admite “não dar bola”.
Além de Inglaterra e Estados Unidos, países da América Latina como México, Costa Rica e Chile também largaram na frente do Brasil e já iniciaram a vacinação. Na vizinha Argentina, o início da vacinação está previsto para a próxima semana. Enquanto isso, no Brasil fala-se que “talvez em fevereiro”. Hoje Bolsonaro disse que “ninguém me pressiona para nada” (nem o Centrão?), referindo-se ao atraso criminoso da vacinação no país. Isso, no momento em que o Brasil está próximo de chegar a 200 mil mortos. Mas Bolsonaro “não dá bola”. Ele minimiza a tragédia. Ele sabota a vacina. Ele despreza vidas. Não foi por acaso que, certa vez, ele declarou em uma entrevista que “sua especialidade é matar”. Bem coerente.