
“No Brasil não existe racismo”. (General Mourão, Vice-Presidente da República, em 20 de novembro de 2020).
“Não existe racismo estrutural no Brasil”. (Sérgio Camargo, Presidente da Fundação Palmares, em 20 de novembro de 2020).
No Dia Nacional da Consciência Negra, as deploráveis declarações do vice-presidente da República e do presidente da Fundação Palmares são, no mínimo, criminosas. Ao comentarem o covarde e brutal assassinato de João Alberto Silveira Freitas, negro que foi espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour em Porto Alegre, tanto Mourão como Sérgio Camargo limitaram-se a negar o racismo. O negacionismo, aliás, é a marca permanente do governo fascista de Bolsonaro: um governo que nega o aquecimento global, que nega o globalismo, que nega a votação eletrônica, que nega a pandemia e que também nega o racismo.
As declarações do general Mourão de de Sérgio Camargo os colocam como cúmplices do crime de racismo e reforçam a prática de atos racistas, como foi o assassinato de João Alberto. Lamentáveis e deprimentes, as declarações de Mourão e Camargo, negando o racismo no Brasil, merecem toda nossa repulsa e mostram que, se depender do governo Bolsonaro, crimes como os que tiraram a vida de João Alberto ficarão impunes. Aliás, ainda aguardamos o pronunciamento de Bolsonaro sobre o brutal assassinato. E será que precisamos aguardar? Talvez não. Mourão e Camargo já falaram por ele.