
“A vitória do Joe Biden está cada vez mais sendo irreversível”. (Hamilton Mourão, vice-presidente da República, em 13 de novembro de 2020)
Já que o “Presidente” se recusa a reconhecer a vitória de Joe Biden, então o vice-presidente teve que fazer aquilo que era obrigação do “Presidente”: obrigação política, diplomática e moral. Até agora, completamente isolado no mundo, e executando o papel que Ernesto Araújo reservou para a diplomacia brasileira de transformar o Brasil em pária, Bolsonaro não reconheceu a vitória de Joe Biden. O Brasil já é motivo de chacota internacional, principalmente depois do episódio da pólvora, quando Bolsonaro ameaçou uma intervenção militar contra os EUA, caso faltasse saliva. Agora, isolando o Brasil, ele não reconhece a derrota de seu patrão e ídolo fascista.
As palavras de Mourão, ao reconhecer a vitória de Biden, de certa forma representa o seu papel. Já que aquele que deveria se manifestar reconhecendo a vitória não se manifestou, então o seu substituto eventual se manifesta.
Interessante que Bolsonaro fala muito quando não deve falar: ataca a vacina, a democracia, ameaça invadir os EUA, chama os brasileiros de “maricas”, enfim, diz besteiras em doses industriais. Mas quando tem que fazer um pronunciamento curto, simples e protocolar, recusa-se a fazê-lo. Mas Mourão já o fez. Quase sempre Bolsonaro perde uma boa oportunidade de ficar calado. Agora, perdeu a oportunidade de dizer poucas palavras. Será que acabou a saliva? Joe Biden e os EUA já devem estar “tremendo de medo”…