
A eleição de Joe Biden mostrou que é possível derrotar o fascismo nas urnas. E nem é preciso uma união oficial de partidos para extirpar a extrema-direita do poder. O povo americano deu uma lição até de humildade. Porque muitos dos que foram às urnas, o que levou a um recorde histórico de comparecimento mesmo com o voto não sendo obrigatório, o fizeram para corrigir o equívoco que cometeram em 2016, especialmente o equívoco de terem se omitido. Isso, é claro, além do erro daqueles que se deixaram levar pelo discurso do ódio.
Foi a vitória de uma “frente” contra o fascismo e contra a barbárie. Mas essa “frente” não foi sedimentada por nenhuma coligação partidária e sim pela consciência dos próprios eleitores. Trump é de direita. E Biden também é de direita. Mas dizer que eles são iguais é não conseguir ou não querer enxergar nem mesmo com a melhor lupa do mundo. Porém, boa parte dos eleitores que foram às urnas é porque concluíram que a omissão beneficiaria a barbárie. E, mesmo sem a lupa, eles viram que Biden não é igual a Trump e que ser de direita não significa necessariamente fazer apologia ao ódio, negar a ciência, ser racista, ser misógino, agredir o meio ambiente, fomentar a violência e nem separar crianças de seus pais. Principalmente usando “Deus” e a Bíblia como iscas. Mas, para que isso acontecesse, eles teriam que ir votar. E foram. Foi uma eleição-plebiscito e a resposta foi um “não” ao nazifascismo.
A lição deve servir ao Brasil. A extrema-direita vai sendo, como efeito-dominó, varrida da América. A Argentina já extirpou Macri nas urnas. O Chile já extirpou a Constituição de Pinochet nas urnas. A Bolívia já extirpou o golpe fascista pelo voto. E agora os Estados Unidos, em uma lição para o mundo, acabam de varrer o nazifascismo de Trump pelo voto. Que façamos o mesmo com o fascista Bolsonaro em 2022!