
A tal “guerra da vacina” era tudo o que Bolsonaro queria. Depois de ser criticado pelas suas hordas de energúmenos após a indicação de Kassio Nunes Marques para o STF, Bolsonaro precisava de alguma coisa para reacender as manifestações de ódio, estupidez e ignorância de seus seguidores fascistas a seu favor. E essa polêmica da vacinação obrigatória veio em boa hora. Os bolsonaristas já até esqueceram da nomeação para o STF. Já tivemos um ritual de “queima de máscaras” em que bolsonaristas ensandecidos, chamando o equipamento de proteção de “máscaras comunistas”, jogam as máscaras ao fogo. O espetáculo dantesco, em frente à Alesp, foi filmado e postado nas redes sociais. E já está marcado para o próximo domingo, dia 1º de novembro, um ato de um grupo bolsonarista e que ataca a ciência chamado “Diretório Carioca Patriotas – Salmos 144”, que está convocando fanáticos para uma marcha contra a vacinação, em Copacabana.
Com essas barbaridades, Bolsonaro encontrou um meio de trazer de volta à arena os seus cães raivosos. É estratégico. Enquanto queimam máscaras e atacam a vacina, eles esquecem do “Centrão” e da nomeação para STF, chancelada por esse mesmo “Centrão”, ao qual Bolsonaro ajoelhou-se em nome da “nova política”. Enquanto marcham contra a vacina, seus seguidores esquecem do dinheiro na bunda do vice-líder de Bolsonaro e ainda aplaudem o “mito” pelos seus discursos antivacina e anticiência. Bolsonaro já percebeu que fomentar essas barbaridades pode ser um dos caminhos. Porque o discurso, que ele próprio tentou, de fechar o Congresso ou o STF e também de intervenção militar, ele já percebeu que “não dá samba”. O Congresso, o STF, e até o próprio “Centrão” já o enquadraram.
A guerra contra a vacina reacende antigas pautas fascistas: “o vírus é chinês”, “a vacina chinesa mata”, “a máscara é comunista”, “a vacina tira a nossa liberdade”… Com isso, Bolsonaro recrudesce a velha luta ideológica e mantém o país em um clima de campanha eleitoral, com seus seguidores fanáticos reproduzindo o discurso da barbárie. Se depender de Bolsonaro, fica assim até 2022. A menos que o Queiroz volte para a cadeia. Ou até que um de seus filhos finalmente seja alcançado pelos tentáculos da Polícia e da Justiça.