UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

Estávamos em 2019. Na ocasião, uma vistoria feita no Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, apontava 27 riscos de incêndio no hospital. O Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS) alertava o Ministério da Saúde sobre a precariedade nas condições de segurança do hospital, evidenciando a vulnerabilidade daquela unidade a incêndios. Evidentemente, saúde e vidas deveriam estar em primeiro lugar. Mas isso, evidentemente, não é o princípio seguido pelo governo Bolsonaro, que foi informado dos riscos aos quais um grande hospital federal estava exposto. E o governo também sabia dos investimentos que deveriam ser feitos para dar segurança a pacientes e profissionais de saúde. As mazelas eram evidentes. E a necessidade de investimentos também.

“O sistema de prevenção e combate a incêndio é precário e não existe plano de prevenção e combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros ou licença”, dizia o relatório do Proadi-SUS em 2019. Ainda assim, criminosamente, o governo Bolsonaro, em sua insanidade facínora, cortou verbas do orçamento do Hospital de Bonsucesso.

Hoje pela manhã a tragédia anunciada em 2019 se consumou e um grande incêndio no Hospital de Bonsucesso foi o resultado de uma política de governo que incentiva armas e nega a vacina. De um governo que, mesmo sabendo dos riscos, nada fez para evitar o pior. Foi uma tragédia dentro da tragédia de saúde que o país vive. A retirada de pacientes em estado grave, entubados, com aparelhos, registrou cenas apavorantes. Uma borracharia vizinha do hospital serviu como ponto de apoio. Profissionais da saúde, funcionários em geral, pacientes e seus familiares, todos em uma situação de terror. Dois pacientes faleceram durante a remoção para outras unidades.

Já foram feitas até denúncias de que o Hospital de Bonsucesso tinha ingerência de milicianos. Tudo a ver com o governo Bolsonaro, que deve ser responsabilizado por mais esse crime, que causou duas mortes, fruto do descaso por ter ignorado alertas tão graves feitos no ano passado. Bolsonaro e todos aqueles que apoiaram o corte de verbas do orçamento do hospital devem ser responsabilizados por mais esse crime contra a saúde e contra as vidas dos brasileiros.

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