
O povo chileno, em um dia histórico, foi às urnas neste domingo, 25 de outubro, para, em um plebiscito, sepultar de vez a Constituição da época do ditador Augusto Pinochet. Pinochet, que chegou ao poder com o golpe de 11 de setembro de 1973, apoiado pelos Estados Unidos, implantou uma das ditaduras militares mais sanguinárias da América do Sul, depois de assassinar o Presidente Salvador Allende, legitimamente eleito pelo povo. O ditador Pinochet, um dos maiores assassinos da América, é até hoje elogiado por Bolsonaro.
A ditadura de Pinochet terminou em 1990, mas o Chile ainda convivia com uma herança maldita da era de Pinochet: a Constituição elaborada na época do ditador. Mas ontem, em um dia histórico para o Chile e para a democracia na América do Sul, o povo chileno disse um rotundo “não” à Constituição da era da ditadura. Com a apuração quase encerrando, cerca de 80% dos eleitores votaram a favor de uma nova Constituição. A participação foi gigantesca, com cerca de 8 milhões de chilenos votando no plebiscito. Isso, mesmo com o voto não sendo obrigatório no Chile.
O próximo passo é a eleição de uma Assembleia Constituinte (a Comissão Constitucional), composta de 155 membros, em 2021, para que o país, já em 2022, tenha uma nova Constituição, que deverá ser ratificada em um novo plebiscito.
Com a votação de ontem, o povo chileno mandou para o lixo da história não apenas Pinochet e sua Constituição, como também todos os seus apoiadores dentro e fora do Chile. Não existe ditadura e nem as suas heranças nefastas que sobrevivam à democracia com participação popular. Foi mais uma derrota da direita fascista. Viva o Chile!