
O juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos, da 4ª Vara Cível de Arapiraca, em Alagoas, era até o momento um ilustre desconhecido no Brasil. Mas agora o nome dele já aprece em todas as mídias. Simplesmente porque esse magistrado de primeira instância acaba de anular o título de Doutor Honoris Causa que foi concedido em 2017 ao ex-Presidente Lula pela Universidade Estadual de Alagoas. Claro que, às custas do nome de Lula, o ilustre magistrado vai ficar conhecido. E até ganhar admiradores.
Uma candidata a vereadora em Maceió do PSDB, Maria Tavares Ferro, tinha feito o pedido de cassação do título, mas seu pleito havia sido negado em decisão liminar. Até o Ministério Público manifestou-se pelo arquivamento da ação da candidata tucana. Mas a decisão do doutor Carlos Bruno de Oliveira Ramos desconsiderou até mesmo o parecer do Ministério Público e o magistrado entendeu que, em nome da “moralidade administrativa”, o título deveria ser cassado e assim o fez.
Evidentemente que a decisão do juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos é uma afronta à autonomia universitária. Certamente, só o Conselho Universitário da instituição poderia tomar tal medida. Por se tratar de uma decisão de primeira instância, cabe recurso. Mas, além de ferir a autonomia da universidade, o que poderá estar por trás de medida tão mesquinha, flagrantemente ilegal (pois fere a autonomia universitária) e aparentemente política? Bem, o ilustre magistrado acaba de ficar conhecido às custas do Lula. Estaria ele lançando sua candidatura para a próxima vaga ao STF? Será que ele vai se converter, ou já se converteu, ao Evangelho?
Muito provavelmente, daqui a algumas semanas, o doutor juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos já terá seu nome esquecido pelas mídias e retornará ao anonimato do qual surgiu. Já Lula continuará internacionalmente conhecido. Que o doutor juiz não se esqueça de agradecer ao Lula por essa carona midiática que acaba de receber.