O mesmo STJD que se calou em 2018, quando os atletas do voleibol Wallace e Maurício Souza posaram, com o uniforme da seleção, fazendo o número “17”, em uma clara alusão ao então candidato Jair Bolsonaro, agora pediu a pena máxima para a atleta do vôlei de praia, Carol Solberg, pelo “Fora Bolsonaro” que a atleta gritou em entrevista ao Sportv por ocasião do Circuito Brasileiro do Vôlei de Praia.

Se as manifestações pró-Bolsonaro de dois atletas em 2018 não levaram o STJD a pedir qualquer punição aos atletas bolsonaristas, o que levaria o STJD a pedir a punição de Carol Solberg pela sua manifestação antifascista? E mais: O STJD pediu pena máxima para a atleta e quer que Carol pague 100 mil reais de multa (o que equivale ao confisco de 12 prêmios recebidos pela atleta). Não satisfeito, o STJD ainda pede que a atleta seja suspensa por seis torneios. A explicação para isso só pode ser uma: com toda certeza o STJD virou um tentáculo do bolsonarismo e age como as entidades de administração esportiva agiam nos tempos da ditadura militar, quando eram braços ideológicos dos generais de plantão usurpadores do poder.

Carol será defendida pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que é odiado por Bolsonaro. Como, ao que parece, o STJD virou um braço do bolsonarismo, o fato de Carol ser defendida por Felipe Santa Cruz pode até pesar contra ela.

Os atletas de todos os esportes deveriam prestar solidariedade à Carol. Agora, tendo o esporte como cenário, estamos diante de mais um retrocesso e nesse momento seria fundamental que os atletas repudiassem a parcialidade de um STJD que fez vistas grossas para manifestações bolsonaristas e agora quer punir com rigor máximo uma manifestação anti-bolsonarista. Será que o STJD virou uma sucursal do bolsonarismo? Ou será que algum procurador do STJD quer ser indicado para o STF?