
A luta eleitoral contra o bolsonarismo começa agora e não em 2022. E aquela sempre “falada” e “sonhada” união das esquerdas, que na maioria das vezes pareceu impossível, terá uma honrosa exceção em Florianópolis nas eleições municipais de 2020. Florianópolis, assim como o estado de Santa Catarina de um modo geral, são redutos bolsonaristas. E na capital catarinense os partidos de esquerda conseguiram formar uma frente que lançará uma única chapa. A frente conta com o PSOL, PT, PSB, PDT, PCdoB e até o mais novo partido de esquerda, a UP (Unidade Popular, criada em 2016). A negociação, depois de meses de conversas, definiu que a frente das esquerdas terá Elson Pereira, do PSOL, como o candidato a prefeito e Lino Peres, do PT, completará a chapa como vice-prefeito. Tudo para enfrentar o atual prefeito, Gean Loureiro, do DEM, que concorre à reeleição.
Enquanto isso, nas duas maiores cidades do país, as esquerdas estão mais espatifadas do que ovo de Páscoa em promoção. Em São Paulo, as esquerdas se dividiram em Jilmar Tatto (PT), Guilherme Boulos (PSOL, com apoio do PCB e UP), Orlando silva (PCdoB), enquanto o PDT apoia Márcio França, do PSB.
Já no Rio de Janeiro, Benedita da Silva, do PT, tem o apoio do PCdoB. O PSOL vem com Renata Souza. O PDT, com Martha Rocha, apoiada pelo PSB. No caso do Rio de Janeiro, essa fragmentação das esquerdas dificulta, e muito, a ida de uma alternativa mais progressista para o segundo turno e abre grande possibilidade de o eleitor carioca ter que optar, no segundo turno, entre o fundamentalista Crivella (Republicanos) e Eduardo Paes (DEM).
O resultado eleitoral das capitais será importante para o pleito nacional de 2020. Bolsonaro é covarde, não quer explicitar apoio (embora acene para alguns) e é evidente que ele está de olho especialmente nas capitais. Mas é certo que no segundo turno ele “entrará em campo” para evitar o avanço das esquerdas.
Florianópolis mandou uma importante mensagem para o Brasil: é possível sim uma união das esquerdas em grandes cidades. Elson Pereira, o candidato da frente das esquerdas, pode até nem ir para o segundo turno. Eleição muitas vezes traz surpresas. No entanto, as chances do eleitor de esquerda de Florianópolis ter que “tapar o nariz” votando no “menos pior” ou ter que anular o voto serão bem menores. Já em São Paulo e no Rio de Janeiro…