
Há exatos quatro meses sob intervenção militar, o Ministério da Saúde vem sendo comandado pelo general-paraquedista Eduardo Pazuello desde maio, quando o médico Nélson Teich, não aceitando servir como um mero “cartório” de Bolsonaro, demitiu-se do cargo de ministro. Mas Eduardo Pazuello aceitou fazer esse papel. Pazuello é general da ativa e nomeou vários outros militares para cargos técnicos, consumando a intervenção militar na Saúde.
E Pazuello vem “cumprindo o seu papel”: seja minimizando a pandemia, seja não utilizando verbas para combatê-la e ainda colocando a sua digital na liberação da cloroquina, medicamento sem comprovação científica de sua eficácia no coronavírus.
Agora, quando o Brasil já ultrapassa as 130 mil mortes pelo coronavírus, Bolsonaro decidiu que efetivará o general no cargo de ministro da Saúde. E o general, mais uma vez, aceitou. Ele deixará de ter o status de “interino” e tomará posse como efetivo nesta quarta-feira, 16 de setembro. O que significa que, na prática, o Brasil permanecerá sem ministro da Saúde diante da maior crise sanitária em 102 anos.
O Brasil não merece. As Forças Armadas não merecem. E a história, uma mestra implacável, cobrará.