“Tirou o Lula da eleição, produziu uma situação nova para o país, a interpretação [da lei] mudou… Era uma, mudou para prender o Lula, passou a eleição, mudou para soltar o Lula.” (Ricardo Barros, deputado federal pelo PP e líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados).

Que o Lula foi preso para ficar alijado da eleição que venceria, isso todos sabemos. Que a Lava Jato foi parcial, especialmente Sérgio Moro e seu comparsa Dallagnol, isso todos sabemos. O ativismo político, tanto do Poder Judiciário como do Ministério Público, foi decisivo na eleição de 2018. O The Intercept expôs as entranhas fétidas do conluio Judiciário-Ministério Público, diretamente responsável pelo resultado eleitoral de 2018. Em breve, Moro será julgado pelo STF e sua parcialidade será reconhecida pela Suprema Corte.

Dizer que prenderam o Lula sem provas e ilegalmente só para tirá-lo da eleição sempre foi “conversa de esquerdopata”. Mas quando aquele que hoje é o próprio líder do governo Bolsonaro, beneficiado com a prisão do Lula, diz que a Lava Jato só prendeu o Lula para tirá-lo da eleição e que a operação foi parcial, então isso pode ser considerado um reconhecimento de que a eleição foi manipulada. E foi exatamente o que declarou o hoje o novo líder do Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, do PP, e um nome proeminente do “Centrão”. Disse o líder do governo Bolsonaro:

“É claro que há uma parcialidade na posição da Lava Jato, todos sabem disso. É evidente, é visível. Tirou o Lula da eleição, produziu uma situação nova para o país, a interpretação [da lei] mudou… Era uma, mudou para prender o Lula, passou a eleição, mudou para soltar o Lula. Não precisamos fazer muito esforço para perceber ativismo político.”

E aí, vão dizer que o Ricardo Barros é “comunista” ou “esquerdopata”?