
O ano de 2021 promete ser um dos mais desfavoráveis à Educação brasileira. Até aí nenhuma novidade, em se tratando do governo Bolsonaro. Já está previsto um corte de 4,2 bilhões no Ministério da Educação para o próximo ano. Ao mesmo tempo, a previsão é de que o Ministério da Defesa tenha mais verbas em 2021. Mais gastos militares e menos gastos com Educação também não é nenhuma novidade em se tratando do governo Bolsonaro.
Porém, como se não bastassem todos os estupros orçamentários que a Educação vem sofrendo no governo Bolsonaro, hoje está sendo noticiado que o próprio MEC pretende “abrir mão” de 55 milhões em favor do Ministério da Defesa. Tudo para custear os gastos com as chamadas “escolas cívico-militares”, aqueles quartéis para adolescentes travestidos de escolas e que são administrados por militares da reserva. Essas escolas cívico-militares são custeadas com verbas do Ministério da Defesa. A Educação já vai ter menos verbas do que os gastos militares e, ainda assim, o Ministério da Educação “abre mão” de 55 milhões em favor das escolas militares, que nem são de sua responsabilidade? Sabe-se que o próprio MEC teria pedido corte de recursos em seu próprio orçamento para transferir ainda mais verbas para o Ministério da Defesa. É o absurdo dos absurdos!
Depois da proposta de taxar livros (proposta que, se vitoriosa, poderá aumentar o preço dos livros em até 20%) e reduzir as verbas da Educação para 2021, agora o próprio MEC “abre mão” de suas próprias verbas só para favorecer o projeto fascista das escolas cívico-militares. Afinal, o que faz o ministro da Educação Milton Ribeiro? Num momento em que ministros estão se estapeando por verbas para seus ministérios, um dos ministérios mais importante do país, que vai sofrer um brusco corte, ainda “abre mão” de verbas para entregá-las aos militares? Isso mostra que o atual ministro da Educação, embora não tão pirotécnico como o semianalfabeto Weintraub, está na pasta apenas para atender ao projeto bolsonarista de destruir a Educação brasileira.
Pelo visto, levando-se em conta o que o próprio ministro da Educação é e pelo que ele representa, a próxima generosidade do MEC deverá ser “abrir mão” de verbas para o ministério da Damares. Talvez para um projeto de “ensinar a subir em goiabeiras”…