
Bolsonaro anunciou, em mensagem no Facebook, a recriação do Ministério das Comunicações, que desde o governo golpista de Temer havia sido incorporado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A recriação do Ministério das Comunicações foi feita através de Medida Provisória, o que significa que passa a ter efeito imediato.
E Bolsonaro já antecipou quem será o ministro: será o deputado Fábio Faria, do PSD. A escolha do novo ministro acaba atingindo duas metas das negociatas de Bolsonaro, aquele que falou para os incautos que acabaria com a “velha política” e que “jamais faria aliança com o Centrão”.
A primeira meta diz respeito à ligação familiar de Fábio Faria. Ele é casado com ninguém menos que Patrícia Abravanel, a apresentadora do SBT que também é a filha de Sílvio Santos, o dono da emissora e aliado de Bolsonaro desde sempre. Pela lei, o próprio Sílvio Santos não poderia ser ministro das Comunicações, visto ser ele um concessionário de serviço público. Porém, dando o Ministério das Comunicações para o genro de seu aliado fica garantida, na prática, a influência no ministério para o senhor Abravanel. O SBT, como uma das emissoras de TV pró-Bolsonaro ganha, através do genro de Sílvio Santos, um poder que irá, sem dúvida, fortalecer o canal de TV do “dono do Baú”.
Mas a indicação de Fábio Faria para o ressuscitado Ministério das Comunicações não atende apenas ao interesse do Sílvio Santos. Isso porque o genro do Sílvio Santos que vai comandar as comunicações do país é aliado de Gilberto Kassab, o porta-voz do “Centrão” que está à frente do balcão de negócios para vender apoio ao Bolsonaro. Assim, a nomeação de Fábio Faria atende aos interesses tanto do dono do SBT como do “Centrão” de Roberto Jefferson, Gilberto Kassab, Valdemar Costa Neto e Cia. Tudo pelo “combate à corrupção” e pela “nova política”. E nessa brincadeira, de quebra, parece que o astronauta já começou a ir para o espaço…