BOLSONARO: O OCULTADOR DE CADÁVERES

A escalada criminosa de Jair Bolsonaro parece não ter fim. Desde o início da pandemia, quando deu as costas para a tragédia, que ele vem perpetrando verdadeiros crimes contra a vida, e já pode ser considerado o grande responsável pelas milhares de mortes de brasileiros vítimas da Covid-19. Tudo isso não diria muito para quem tem declaradamente como ídolo um torturador e assassino chamado Brilhante Ustra. Bolsonaro tem tanta consciência de seus crimes em meio à pandemia, que até tentou emplacar uma medida provisória que isentaria ele e os seus comparsas genocidas de responsabilidade.

Agora Bolsonaro aposta em outra atitude desumana, covarde e criminosa, que é a restrição da divulgação dos dados sobre a Covid-19. Bolsonaro agora está “recontando os mortos” e, propositadamente, atrasando a divulgação dos dados, omitindo número real de casos e óbitos e maquiando as estatísticas para esconder o número de mortos. Literalmente Bolsonaro e seus comparsas, incluindo aí o general-paraquedista que aceitou o papel de brincar de ser ministro da Saúde, estão ocultando cadáveres para que a tal “gripezinha”, que nesse momento já matou 36 mil brasileiros, não pareça o que realmente é: a maior tragédia da história da saúde pública no Brasil.

O Ministério da Saúde, comandado pelo general-paraquedista, informou que a recontagem do número de mortos se daria porque os dados seriam “manipulados e fantasiosos”. Em uma acusação gravíssima, irresponsável e sem qualquer fundamentação, o futuro secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, afirmou que os gestores públicos (referindo-se a prefeitos e governadores), inflaram os números “por interesse em ter um orçamento maior nos seus municípios.” Assim ele justifica a tal “recontagem”, que na verdade quer enganar a população, divulgando dados falsos, porém mais “suaves” sobre a pandemia. É manipulação! É crime! É o lado mais cruel do fascismo!

A reação, por parte da imprensa, do Congresso, do Judiciário e de entidades de saúde foi imediata. Desde ontem que dados paralelos estão sendo divulgados, visto que o governo, propositadamente, atrasa os dados oficiais. Em nota, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde se pronunciou, repelindo a acusação caluniosa vinda do governo fascista:

“Afirmar que secretários falseiam dados sobre óbitos insulta a memória de todas as vítimas indefesas desta terrível pandemia.”

Uma consequência vergonhosa de mais essa atitude criminosa de Bolsonaro foi a interrupção, por parte da Universidade Johns Hopkins, que é a grande referência mundial da Covid-19, deixar de registrar a contagem de casos e mortes no Brasil. A conceituada Universidade, em seu site oficial, justificou a retirada do Brasil do ranking por ela divulgado:

“Em relação ao caso dos dados brasileiros, o Ministério da Saúde brasileiro suspendeu temporariamente a divulgação de dados sobre a covid-19 em seu site. Até que as informações voltem a estar disponíveis, iremos utilizar o último número oficial que temos disponível (04/04/2020). Assim que os dados forem disponibilizados, faremos as correções nas curvas históricas.”…

Na página principal do site da Universidade Johns Hopkins o Brasil literalmente sumiu e, em razão da omissão criminosa dos dados oficiais, nosso país não aparece mais nas estatísticas. Vergonha!

Mas, sem nenhuma dúvida, isso é tudo o que Bolsonaro quer. Com um paraquedista travestido de ministro da Saúde e funcionando como o seu “cartório da morte”, assinando tudo o que ele quer (como já assinou a liberação da cloroquina), evidentemente o general limita-se a dizer “sim” a todas as investidas criminosas do capitão a quem presta serviço e cumpre ordens.

Tudo isso, em verdade, faz parte de uma estratégia de Bolsonaro para ser usada em um futuro próximo. Manipulando números, maquiando estatísticas, subtraindo dados e subfaturando as mortes pelas quais é responsável, Bolsonaro irá confundir o país e gerar um conflito de narrativas, que é exatamente o que ele deseja: dividem-se opiniões, divulgam-se que “não são tantos mortos assim”. Suas milícias digitais cumprirão o papel de “legitimar” as “fake notificações” do governo, tentando desmentir os dados paralelos que viriam de outras apurações da imprensa ou até mesmo do Congresso e das secretarias de saúde. É tudo o que ele quer: confusão, conflito de narrativas, o dito pelo não dito…

Mas a sociedade e suas instituições representativas estão antenadas e já entraram em campo para evitar que Bolsonaro oculte os cadáveres. O Congresso, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, o STF e até o Tribunal de Contas da União já reagiram com veemência a mais esse crime de Bolsonaro. A divulgação das contagens paralelas não permitirão que Bolsonaro esconda as provas de seus crimes. E, se ele pensa que é só o William Bonner que vai ficar de plantão para o Jornal Nacional, está muito enganado.

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