FLAMENGO E VASCO VIRAM CÚMPLICES DO BOZO

“Eles podem se tornar homicidas.” (Carlos Augusto Montenegro, dirigente do Botafogo, sobre os movimentos de Flamengo e Vasco pela volta do futebol).

Bozo com a camisa do Flamengo. “Flávio das Rachadinhas” com a camisa do Vasco. O encontro, em Brasília, não estava na agenda oficial. Mas rolou até almoço e com a presença do novo aliado de Bolsonaro, o “impoluto” Roberto Jefferson que, por razões óbvias, não aparece na foto. O objetivo do encontro era efetivar um projeto que, há muito, Bolsonaro defende: o retorno das atividades do futebol em plena pandemia. O encontro aconteceu no mesmo dia em que o Brasil registrou exatos 1179 óbitos pela Covid-19 e com o país já batendo os 18 mil mortos e rumando para os 300 mil casos. A curva está em plena ascensão. E parece que os desatinos também.

O conluio Fla-Vasco já vinha de bastidores. Rodolfo Landim, presidente do Flamengo e Alexandre Campello, presidente do Vasco, ao contrário de Fluminense e Botafogo, já vinham articulando o retorno do futebol em plena pandemia. No encontro com Bolsonaro, foi discutida a possibilidade de o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, ser o palco de treinos e jogos do que ainda resta do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. A aproximação dos dois rivais tem um motivo: queda nas arrecadações. O Flamengo deve até estar sentindo mais, dado o seu “patamar” financeiro. Claro, a queda rubro-negra será ainda maior. Campello e Landim pediram a Bolsonaro que o Ministério da Saúde (sob intervenção militar) crie um protocolo que regulamente o retorno dos jogos. Se o ministro-interventor, o general Eduardo Pazuello, vai sujeitar-se a chancelar o uso da cloroquina, claro que para ele não será nenhum problema chancelar a volta do futebol. Carlos Augusto Montenegro, dirigente do Botafogo, disse em relação às movimentações de Flamengo e Vasco, que “eles podem se tornar homicidas.” Causa ainda mais espécie o fato de o presidente vascaíno ser um médico. Por sinal, um ortopedista muito conceituado. Mas parece que a asfixia financeira e a proximidade das eleições no clube que preside, está fazendo o doutor Campello atravessar um perigoso sinal e recorrer ao “Presidente Caveira”. Lamentável.

A inspiração para o retorno do futebol vem da Bundesliga, o campeonato alemão, que retornou seguindo rígidos protocolos. Não há como comparar a evolução da pandemia na Alemanha, seus recursos e a sua rede de saúde. Sem contar que a pandemia lá já foi declarada em janeiro e ainda houve um grande e transparente debate sobre o retorno das atividades. O mesmo ocorrendo com a Coreia do Sul, primeiro país a retornar com o futebol.

Flamengo e Vasco chegaram a dar exemplos esperançosos, quando ofereceram suas instalações para a montagem de hospitais. Mas parece que ambos sucumbiram aos delírios bolsonaristas. É nesse momento de crise que vemos quem são os “grandes presidentes”, os “grandes administradores”. O sr. Rubens Lopes, conhecido como “Rubinho”, que preside “ad eternum” a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, também é médico e não sabemos ainda se ele chancela essa articulação de Flamengo e Vasco com Bolsonaro. No entanto, certamente Landim e Campello não teriam ido a Brasília sem antes terem conversado com o doutor Rubinho. Flamengo e Vasco, através de seus presidentes, muito provavelmente não representam seus quadros sociais e suas torcidas nesse pleito. E, ao tornarem-se cúmplices do Bolsonaro, serão cobrados por terem sido agentes da tragédia.

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