
“Arbeit macht frei”, em alemão, significa “O trabalho liberta”. A frase estava estampada na entrada do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, durante o regime nazista. Aqueles que escapavam da câmara de gás eram escravizados até a morte. Então, para Hitler, o trabalho “libertava”.
Agora a Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro praticamente adota o mesmo slogan nazista, em uma campanha oficial do governo pelo fim do isolamento recomendado pelas autoridades médicas e científicas. Trata-se de um vídeo oficial do governo onde, a certa altura, uma frase muito semelhante à do nazismo alemão aparece, de forma bem clara: “O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil.”
O chefe da Secretaria de comunicação social, o enrolado Fábio Wagngarten, reagiu às críticas, dizendo que, por ser judeu, não seria cobrado pela frase plagiada do nazismo. Porém, a própria comunidade judaica que Bolsonaro diz representar, já protestou. Em nota, a Confederação Israelita do Brasil condenou o uso oficial da frase nazista. Em um trecho da nota a entidade, principal representante da comunidade judaica no Brasil, diz:
“É lamentável ver, mais uma vez, questões caras ao judaísmo e à humanidade em geral serem banalizadas e emuladas.”
Em janeiro deste ano, quando o então secretário de Cultura Roberto Alvim fez toda uma performance nazista incorporando Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de Hitler, uma crise abriu-se no governo e Bolsonaro teve que trocar o secretário. Não por sua vontade, mas pela repercussão. Agora, um slogan nazista que simboliza todo o Holocausto é adotado oficialmente. Isso, poucos dias depois de apoiadores de Bolsonaro terem feito saudação nazista para o seu líder na porta do Palácio da Alvorada. Hitler já dizia: “Deutschland über alles”, ou seja, “Alemanha acima de tudo”. Bolsonaro diz: “Brasil acima de tudo”. Alguém ainda tem dúvida sobre o que esse governo representa?