
“Churrasco, eu só estou convidando a imprensa. Já tem 180 convidados. Duzentos e dez convidados já tem. Tem 210 chefes de família, deve dar 500 pessoas no churrasco amanhã.” (Jair Bolsonaro, de forma sarcástioca, em 8 de maio de 2020, convocando para um churrasco, a realizar-se no dia em que o país chegará a 10 mil mortos).
Defender Jair Bolsonaro já não é mais uma questão de política ou de ideologia. Até porque vários setores da própria direita, mesmo da mais reacionária, já estão enojados dele. Defender Bolsonaro é uma questão de caráter. Melhor: de mau-caráter. Bolsonaro não tem apoiadores. Tem comparsas e cúmplices e todos aqueles que ainda o apoiam não podem receber outra denominação.
Exatamente no dia em que o Brasil, lamentavelmente, chegará à casa dos 10 mil mortos pela Covid-19, Jair Bolsonaro diz que oferecerá um churrasco no Palácio da Alvorada. E, de forma debochada, irônica e sarcástica, bem no estilo sádico de torturadores como Ustra, o seu “herói de cabeceira”, ele foi inflando o número de convidados. Tudo para provocar. Tudo para agredir. Tudo para ferir o sentimento de milhares de famílias enlutadas, de milhares de pessoas desesperadas em busca de atendimento, quando o colapso do sistema de saúde já bate às portas. Ele já falou em 180, 500, 1300 pessoas para o churrasco que prometeu oferecer no dia de hoje.
Sem qualquer sentimento de solidariedade, atuando como um verdadeiro monstro, Bolsonaro em momento algum teve a mínima sensibilidade em relação à pandemia que já coloca o Brasil no epicentro da desgraça. “Gripezinha”, “resfriadozinho”, “histeria” , culminando com o brutal e inumano “E daí?” diante da morte de milhares de brasileiros. Afinal de contas, como ele próprio disse, “não sou coveiro”. Portanto, tem todos os motivos para, como chefe de Estado, comemorar a atual situação do país que, desgraçadamente, preside.
O sofrimento de milhares de pessoas, o horror das valas comuns onde mortos estão sendo sepultados em série, a dor das famílias. Nada sensibiliza esse fascista facínora. Enquanto seus seguidores atacam enfermeiras que salvam vidas, ele ironiza a morte, ele escarnece os protocolos científicos e, para culminar, vai oferecer um churrasco.
Bolsonaro representa a putrefação do poder, e seus seguidores os vermes do ódio que se alimentam da podridão. O churrasco é o ápice do governo genocida que, inacreditavelmente, se apropriou dos nomes de “Deus” e da “família”. Essa horda da barbárie fascista, a começar pelo seu líder genocida, jamais representou Deus ou família. Hoje o Brasil ultrapassará a casa dos 10 mil mortos. E qual será a mensagem do Presidente? Ele já mandou dizer que estará no churrasco da celebração da morte zombando, impiedosamente, da desgraça de milhares de brasileiros.