
“Será que eu vou ter que virar um obituário?” (Regina Duarte, em entrevista à CNN Brasil, em 7 de maio de 2020, ao ser questionada pelo fato de não ter se pronunciado sobre as mortes de Moraes Moreira, Aldir Blanc e Flávio Migliaccio).
A ridícula, estapafúrdia, tétrica, rocambolesca e deplorável entrevista de Regina Duarte à CNN Brasil no dia de ontem trouxe-nos uma grande certeza: a “namoradinha do Brasil” que se casou com o fascismo não representa, em nada, a cultura e a arte brasileiras. Porém, representa muito bem o que é o governo Bolsonaro: um governo hostil à cultura, à educação e à arte. Um governo insensível a perdas irreparáveis da cultura nacional, defensor da ditadura e da tortura.
Apesar de estar sendo fritada no governo Bolsonaro, visto que não é aceita pela ala ideológica do governo fascista, Regina Duarte está fazendo o papel mais repugnante de toda sua vida. Ancilar do governo Bozo, desautorizada e sem qualquer papel relevante, Regina Duarte entregou-se de vez para ser uma caixa de ressonância das atrocidades defendidas pelo capitão fascista que cultua. E as respostas e reações da ex-atriz mostram que, como se não bastasse tudo isso, ela já começa a dar sinais inequívocos de senilidade. Suas respostas e suas reações durante a entrevista são a prova disso.
Primeiro, ao ser questionada pelo seu silêncio quando das mortes de Moraes Moreira, Aldir Blanc e Flávio Migliaccio, ela respondeu com outra pergunta: “Eu imaginei assim: será que eu vou ter que virar um obituário?”
Como se não bastasse, lembrou do seu desastroso discurso de posse, afirmando a grande “repercussão positiva” de sua icônica e antológica afirmação sobre o talco que sai da bunda do palhaço. Não satisfeita, para mostrar fidelidade ao chefe, lembrou os tempos ufanistas da ditadura militar e cantou “Prá Frente Brasil”, o “hino” do período mais repressor da ditadura militar. Ao exaltar a ditadura, Regina Duarte foi lembrada da morte de centenas de brasileiros, no que a “namoradinha” respondeu: “Na humanidade, não para de morrer. Quando você fala vida, do outro lado tem morte.” Como se o assassinato de brasileiros durante a ditadura fosse algo simples de ser aceito. Sobre as torturas durante o regime militar, limitou-se a responder, como que justificando: “sempre houve tortura.” Lamentável e criminoso.
Ao final da entrevista, ao ser reproduzido um vídeo da atriz Maitê Proença, que criticava a atuação de Regina Duarte à frente da cultura, a “namoradinha” chutou o balde e saiu de campo. Reclamou que “aquilo não tinha sido combinado”. Ela queria uma entrevista “combinada”. E “lacrou”, dizendo: “Vocês estão desenterrando mortos.” Não, “namoradinha”. Maitê Proença está viva. A cultura brasileira, que você não representa, está viva. A arte brasileira, que você também não representa, está viva. Você é que morreu para a cultura. Você se vendeu ao fascismo e agora é a “Regina sem arte.”