
Se o então juiz Sérgio Moro estava “convicto” com as “provas” que tomou como fulcro para condenar o ex-Presidente Lula então, certamente, ele deve ter uma vasta munição para incriminar seu ex-chefe, ex-aliado, ex-comparsa e agora inimigo Jair Bolsonaro. Os “prints” das conversas com Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli, com os quais Moro presenteou a sua eterna parceira Globo, devem ser só o aperitivo.
O ministro Celso de Mello, do STF, atendendo ao pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, acaba de autorizar a abertura de inquérito para que as acusações gravíssimas de Moro contra Bolsonaro sejam apuradas. As tipificações formam um vasto e diversificado cardápio: falsidade ideológica, coação, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva, crime contra a honra, advocacia administrativa. Tudo para que Bolsonaro blinde seus filhos e seus aliados.
Se as “provas” de Moro forem de fato robustas, Bolsonaro cai e vai preso. Mas, se forem tão “robustas” como as que ele usou para condenar Lula, então certamente Moro será processado e condenado por calúnia, injúria e difamação. Isso, além de ainda ter que explicar o acordo criminoso com Bolsonaro de receber uma pensão fora da lei. Mas nesse caso o Bozo também teria que se explicar.
Moro não tem mais a caneta na mão e tornou-se um cidadão comum. Sem a toga, sem o ministério e sendo atacado pelas milícias virtuais bolsonaristas, Moro só está começando a colher os frutos malignos que plantou. Graças a Moro e seus comparsas lavajatistas, Bolsonaro chegou ao poder. E Moro chegou junto. Como, inexoravelmente, ou o “herói” ou o “mito” ficará em maus lençóis, esperamos que a “profecia de Jucá” não se consuma. Não pode ter “acordo com o Supremo e tudo.”