NO RIO, ENSINO À DISTÂNCIA VIRA EXCLUSÃO EDUCACIONAL

Hoje a emissora Globonews levou ao ar uma matéria sobre o ensino à distância (EAD) que a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro está impondo a alunos e professores durante o período em que as escolas estarão fechadas em razão da pandemia. Na reportagem, uma coisa ficou muito clara: não é apenas o SEPE/RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro) que está criticando o tal ensino à distância. Depoimentos de pais e de alunos revelaram que a plataforma é inacessível a grande parte dos estudantes. Um aluno da rede declarou que nem possui aparelho de celular. A mãe de um aluno falou não possuir internet para que seu filho pudesse acessar os conteúdos. Evidentemente esses casos não são isolados e mostram que a exclusão digital é o primeiro dentre inúmeros obstáculos a serem vencidos pelos alunos. Isso porque ninguém pode imaginar em que situação econômica, de saúde e emocional os cerca de 700 mil alunos da rede encontram-se nessa quarentena. Mas dá para imaginar.

A imposição do ensino à distância pela rede estadual do Rio de Janeiro, ainda em seu início, já vem mostrando que essa iniciativa, do modo como foi feita, é absolutamente excludente. E não é apenas o SEPE/RJ que está se posicionando contra. Os depoimentos de pais e alunos levados ao ar hoje mostram que a posição do SEPE/RJ não é meramente “política”, como alguns podem pensar e/ou afirmar. Não resta dúvidas de que a exclusão digital já está levando boa parte dos alunos da rede à exclusão educacional.

Quando a pandemia passar (e ela é transitória, apesar de devastadora), fiquemos atentos ao afã da Secretaria de Educação em resolver demandas e problemas crônicos da Educação de nosso Estado, como as condições das escolas, a falta de funcionários, de vagas e as condições de trabalho dos profissionais. Lembrando que tais demandas não podem ser resolvidas pelo Google.

Nesta semana chegou até nós a informação de que a Secretaria de Educação teria dispensado todos os funcionários terceirizados, aqueles que são os responsáveis, por exemplo, pelo preparo e distribuição da merenda escolar e pela limpeza. A Secretaria de Educação voltou atrás por causa da repercussão. Mas cabe a pergunta: onde está o compromisso? Caso essas dispensas se confirmassem, a merenda escolar a limpeza das escolas seriam feitas por uma plataforma do Google? Fala aí secretário…

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