A reportagem da CNN Brasil (emissora parceira do Bolsonaro) liga para o Osmar Terra. Osmar Terra, no momento da ligação, conversava com o “ministro caixa 2” Onyx Lorenzoni. Então, Osmar Terra atende o telefone, não fala nada para o jornalista, mantém o telefone ligado e continua seu diálogo com Onyx. Claro que a conversa vazou. E seria um furo. Um escândalo. Porque o assunto do diálogo entre Osmar e Onyx não podia ser outro: o ministro Mandetta. Eles estavam falando barbaridades do ministro da Saúde. Claro que a repercussão seria grande e imediata.

Mas aí vem a pergunta: alguém acredita que o Osmar Terra “esqueceu” o telefone ligado? Um jornalista liga. Ou ele não atende ou atende e fala com o jornalista. O que não dá para “entubar” é ele atender a ligação, não falar nada, manter o aparelho ligado e continuar falando mal do Mandetta junto com o Onyx. Ambos dando porrada no Mandetta e elogiando Bolsonaro. Coisa absolutamente amadora para duas raposas políticas.

A intenção? Não é difícil de entender. Osmar Terra teria seu nome exposto na mídia, sendo protagonista de um escândalo em que ele falava mal do ministro da Saúde. Osmar Terra levaria todas as porradas da mídia. Mas em compensação ele ganharia ainda mais a confiança de Bolsonaro. Seria uma prova de fidelidade ao capitão, aumentando suas chances de tomar o lugar do Mandetta. De quebra o Onyx, que já balançou quando estava na Casa Civil, se fortaleceria com o Bozo. E a CNN Brasil, que é bolsonarista, daria o “furo”.

Mas o “golpe da fidelidade” foi um fiasco: mal armado e muito “na cara” para alguém não acreditar que tudo foi combinado. Nem a Globo falou nada. Da próxima vez é melhor eles combinarem de defender a cloroquina. Certamente será uma prova maior de fidelidade ao Bozo.