Por onde anda o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, num momento em que a ciência precisa ser tão ouvida? Entendemos que deve ser muito difícil ocupar o cargo de ministro da Ciência em um governo fundamentalista que despreza a ciência. Entendemos também que não deve ser nada fácil para alguém que teve o privilégio de ser um dos raríssimos humanos a avistar o nosso planeta lá do espaço, tentar convencer os bolsonaristas de que a Terra não é plana.

Mas num momento em que a ciência deve ser a protagonista o ministro da Ciência, que nunca deu as caras desde quando assumiu, agora deveria se fazer presente e se pronunciar sobre questões como: qual a perspectiva da ciência brasileira para se chegar à vacina contra o Covid-19? Ou ainda: o que o Ministério da Ciência e Tecnologia tem feito para incrementar a pesquisa científica brasileira? Por que bolsas de pesquisa científica foram cortadas? O Ministério da Ciência vai brigar por mais verbas, passado o surto da pandemia?

Pesquisamos a agenda do ministro Marcos Pontes desde 26 de fevereiro, data oficial do início da pandemia no Brasil, e vimos algumas vezes a sua participação no comitê de crise do Covid-19. Mas o Ministério da Ciência não vem a público se pronunciar, deveria ser protagonista e não figurante.

Nunca um momento foi tão propício no Brasil para a ciência ficar em evidência e empanar o fundamentalismo religioso, que é uma das marcas do governo obscurantista de Bolsonaro. O ministro da Saúde vem sendo o protagonista, mas não entendemos como, até agora, o ministro da Ciência e Tecnologia não fez qualquer pronunciamento sobre uma pandemia que não poderá ser vencida senão pela ciência. O “Posto Ipiranga” vem se pronunciando. E até o marreco de Maringá já tirou algumas “casquinhas” para tentar aparecer. Pasmem, mas até a Regina Duarte já se pronunciou, só para defender o Bozo, mas se pronunciou, ao mesmo tempo em que a turma da Damares fala em “jejum e oração”. Enquanto isso, parece que o ministro da Ciência e Tecnologia, tomou um “Doril” de efeito permanente. Marcos Pontes, cadê você? A ciência precisa ser ouvida também pelo seu ministro! Por onde andará o astronauta? Será que subiu na goiabeira com a Damares? Ou teria sido abduzido?