
O dia era 27 de fevereiro e o prefeito Giuseppe Sala, de Milão, cidade que fica ao norte da Itália, na região da Lombardia, divulgava um vídeo convocando a população para sair às ruas. Afinal, o vírus não podia parar o país, especialmente Milão, uma das maiores cidades da Itália. “Milão não para” e “A Itália não pode parar” eram as palavras de ordem de uma campanha similar à de Jair Bolsonaro hoje no Brasil. Uma campanha que ia contra todas as recomendações da OMS. Uma campanha genocida. Na ocasião, em toda a Itália eram registrados 258 casos de coronavírus com 12 óbitos.
A população então, desobedecendo a ciência e a OMS, foi para as ruas e Milão “voltou à normalidade”. Resultado: hoje a Itália registra 34.889 casos da doença e 8.215 mortes. Dessas mortes, 4.474 foram só em Milão.
Um mês depois o prefeito de Giuseppe Sala veio a público reconhecer o erro e pedir desculpas. Tarde demais. Ele é o responsável por milhares de mortes em seu país. A economia se recupera e até pode ressurgir mais forte depois da crise. Já as vidas que se foram, essas não têm mais volta.