
Sérgio Moro, que já não vinha aparecendo muito no governo, desapareceu de vez. Depois do circo rocambolesco das máscaras, não se viu nem se ouviu mais falar de Moro. Afinal, o que houve com o marreco de Maringá?
É natural que o ministro da Justiça não tivesse protagonismo na crise pandêmica. Mas como titular da pasta da Justiça ele poderia, e até deveria, se pronunciar em alguns aspectos relacionados ao seu ministério. Por exemplo, no caso da prevenção do coronavírus nos presídios federais ou ainda sobre a entrada de estrangeiros no país. Mas o marreco, definitivamente, sumiu.
Esse sumiço, no entanto, é estratégico. Moro sempre foi vaidoso e pirotécnico e não iria sumir num momento em que um “herói” seria bem-vindo. Ocorre que Moro é um grande e antigo parceiro da Rede Globo. Desde os tempos em que era juiz parcial. Foi Moro que, criminosamente, vazou para a Globo o áudio da conversa da ex-Presidente Dilma. Era Moro que antecipava para a Globo todas as operações da Lava Jato e a Globo sempre chegava aos locais das operações antes mesmo da Polícia Federal. A Globo está em guerra com Bolsonaro, é verdade. Mas a Globo é pró-Moro e Moro pode até ser o candidato apoiado pela Globo em 2022. A Globo vem dando sucessivas porradas em Bolsonaro e não quer que nada respingue em Moro. Então o sumiço do marreco é compreensível. É tudo para preservar a imagem de Moro no lodaçal do desastroso governo Bolsonaro. Ainda que Moro, em sua atuação política e parcial como juiz, tenha sido um dos grandes responsáveis pela tragédia em que o país foi colocado.
Então, por enquanto, o trato é esse: a Globo vai porrando o Bozo enquanto o marreco fica escondido. Até que a Globo mande ele reaparecer.