A QUEM INTERESSA O FIM DO ISOLAMENTO?

“A pressão pelo fim do isolamento vem de quem está perdendo dinheiro na Bolsa.”

A afirmação acima não foi feita por nenhum esquerdista. Quem a fez foi ninguém menos que Rodrigo Maia, em entrevista coletiva em 25 de março. Exatamente um dia depois do pronunciamento criminoso de Jair Bolsonaro. E é bom que se note que Rodrigo Maia tem um excelente trânsito no mercado financeiro.

O discurso facínora de Bolsonaro não deixa dúvidas. Ele sabe que a recessão vai ser maior do que já era. Mas não adianta o Bozo querer culpar apenas o coronavírus pela crise econômica que resultará da pandemia. Porque antes mesmo do coronavírus já vivíamos com o “pibinho” e o “dolarzão”. O vírus veio depois. Então o fim do isolamento, com a tal “volta à normalidade” como quer Bolsonaro, poderia fazer com que a crise que cairá em seu colo fosse um pouco mitigada. Seu interesse é político e que se danem as vidas.

Quanto aos que investram em ações, eles nunca foram enganados, pois sabiam dos riscos e nesse momento temos que pensar nos mais frágeis e não em quem apostou na especulação e no risco investindo na bolsa de valores. Quem apostou no risco e na especulação, que assuma o ônus do mesmo. Até porque eles não iriam mesmo dividir os bônus.

Então, juntando o interesse político do Bozo com os interesses dos especuladores, dá para entender a quem interessa o fim do isolamento.

O Estado tem a obrigação sim de assistir aos mais vulneráveis nesse momento: micro e pequenos empresários, autônomos, catadores, população de rua, informais de todos os ramos, beneficiários de programas sociais, população das favelas. É essencialmente nesses que o Estado deve concentrar todas as suas atenções.

Quanto a Bolsonaro, caso termine o seu mandato, que espere por 2022. E os jogadores da especulação, que aguardem o próximo cassino. Porque seus interesses não podem colocar em risco a saúde e a vida dos brasileiros.