
Em um comportamento e com um discurso de chefe de facção miliciana, Jair Bolsonaro fez ontem, em rede nacional, talvez o discurso mais criminoso dentre os muitos que já expeliu.
Contrariando as autoridades médicas e científicas e até mesmo as recomendações de seu próprio ministro da Saúde Bolsonaro, em um pronunciamento absurdamente genocida, conclamou o país a “voltar à normalidade”, sugerindo que todo o comércio seja reaberto, as pessoas voltem às ruas e até as escolas voltem a funcionar. Criticou quem quer fazer do país o que chamou de “terra arrasada” e, novamente, desdenhou a pandemia do coronavírus, chamando a doença que se alastra e está matando milhares de pessoas no mundo de “gripezinha” e “resfriadinho”. Absurda e criminosamente, ainda divulgou para a população a cloroquina, substância usada para outras enfermidades, mas ainda em testes inconclusivos sobre sua eficácia para o coronavírus.
De forma estúpida, e em total desrespeito às famílias dos que já morreram com a doença, ainda vangloriou-se de sua condição de “ex-atleta”, o que seria a garantia de que a tal “gripezinha” não o derrubaria. De quebra, atacou a imprensa, governadores e o médico Drauzio Varella.
Bolsonaro ultrapassou todos os limites da tolerância e chamá-lo apenas de criminoso é insuficiente. Ele é um genocida psicopata e, depois desse discurso, quem ainda o apoiar só pode ser considerado a mesma coisa. Durante o pronunciamento criminoso ocorreram panelaços em todo Brasil, em repúdio às declarações facínoras do fascista. No Congresso, no Judiciário, na imprensa, na sociedade civil, na comunidade médico-científica e até no exterior o discurso assassino de Bolsonaro foi igualmente repelido.
Há fortes rumores de que seu filho vulgarmente conhecido como “Carluxo” e igualmente psicopata como o pai, teria sido o mentor das declarações bandidas de Bolsonaro. E tudo poderia também ser uma estratégia, temerária e arriscada, para que a bolha fascista que ainda o apóia, se manifeste a seu favor.
Seja como for, uma coisa é certa: para quem ainda tinha dúvidas, ontem ficou provado que o Brasil não tem Presidente da República. Tem uma séria ameaça à democracia e à saúde pública no poder. Tem um psicopata com seguidores, que age, fala e se comporta como um chefe de facção miliciana.