
Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista nesse domingo, 22 de março, ao programa “Domingo Espetacular”, da Rede Record, que é uma das emissoras oficiais de seu governo e que tem como dono o empresário da fé Edir Macedo.
Visivelmente transtornado, Bolsonaro começou a entrevista mentindo quando, ao falar do empenho de seu governo no combate ao coronavírus, citou o resgate dos brasileiros que estavam na China. Mentira! Ele sempre foi contra o resgate e só o fez depois de muita pressão.
Claramente incomodado com o protagonismo de alguns governadores no combate à pandemia (coisa que ele jamais poderá ter, dada a sua debilidade mental e intelectual), especialmente com João Dória, de São Paulo, Bolsonaro passou então a atacá-los em conjunto, dizendo que “os governadores são verdadeiros exterminadores de emprego”, reprovando as medidas restritivas ao comércio e à circulação de pessoas, acrescentando que “não podem extrapolar na dose.” Aproveitou para atacar a imprensa, especialmente a Globo e Veja (que ajudaram a parir o próprio monstro que hoje as ataca), dizendo que não dá mais dinheiro para esses veículos porque “a mamata acabou”.
A parte mais lamentável, no entanto, estava reservada para o final, quando Bolsonaro elogiou um hospital da rede privada, o “Albert Einstein”, sem fazer qualquer menção, elogio ou palavra de incentivo ao SUS e seus servidores médicos e paramédicos. Especialmente em relação à guerra que esses servidores terão pela frente no combate à pandemia. Certamente para ele a menção aos funcionários do SUS já foi feita, quando o banqueiro Paulo Guedes chamou os servidores de “parasitas”. Seria o momento para Bolsonaro ao menos mitigar a ofensa feita pelo seu ministro banqueiro. Mas ele preferiu elogiar o hospital particular do qual é cliente.